A comissão diplomática de senadores brasileiros nos Estados Unidos tenta articular uma conversa entre os presidentes Lula e Donald Trump para tratarem do tarifaço de 50% contra o Brasil. A informação foi anunciada em coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira (28), após reunião com empresários brasileiros e norte-americanos na Câmara de Comércio dos Estados Unidos (U.S. Chamber of Commerce).
No grupo, estão os senadores sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP-MS) e Nelsinho Trad (PSD-MS), que preside a CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) do Senado.
Em coletiva de imprensa, Trad afirmou que o grupo viajou atrás de um “sim” dos Estados Unidos para abrir uma negociação entre os dois países. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro — que se mudou para os Estados Unidos desde março — afirmou que trabalha para que o grupo de senadores não encontrem o diálogo. Sobre as críticas, Trad comentou que buscam uma restauração do relacionamento entre Brasil e Estados Unidos.
“A gente não vai entrar batendo boca, até porque isso não agrega a ninguém […] estamos buscando uma pacificação, um estreitamento da relação que esfriou”, comentou Trad.
O colega de delegação, senador Carlos Viana (PODE-GO), confirmou que foi proposta uma conversa entre os presidentes Lula e Donald Trump, até mesmo por ligação, para tratarem da sobretaxa que começa a valer a partir de sexta-feira (1º). A intermediação contaria com o apoio de alguns parlamentares americanos.
“[Para que] a Câmara possa intermediar encontro entre os dois presidentes […] estamos dispostos a conversar sobre todas as áreas”, afirmou.
Nas redes sociais, a senadora Tereza Cristina reforçou que o presidente brasileiro deveria ligar para Trump. “O presidente Lula deveria ligar sim para o presidente Trump. Aliás, já passou da hora. O Brasil não pode ser refém do populismo e da vaidade de quem governa”, afirmou.
Brics
O senador de Goiás também comentou que os Estados Unidos veem como ameaça à geopolítica estadunidense o fortalecimento do Brics no âmbito de satélites e militarismo. O exemplo mencionado foi o estreitamento das negociações entre Brasil e China. “Entendem que gera insegurança”, pontuou.
Essa justificativa se junta às outras já alegadas pelos Estados Unidos para impor a taxação contra o Brasil. Donald Trump (Republicanos) anunciou em 9 de julho uma taxação de 50% aos produtos enviados pelo Brasil para o país norte-americano.
Sem citar provas, o presidente estadunidense justificou a medida como resposta a uma suposta censura do Brasil às big techs norte-americanas. Na carta, Trump ainda criticou o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Agenda da comitiva
Durante esta manhã, os congressistas tiveram reuniões na Embaixada do Brasil, em Washington (DC), enquanto na parte da tarde o grupo esteve na sede da U.S. Chamber of Commerce. Lá eles se encontram com lideranças empresariais e representantes do Brazil-U.S. Business Council (Conselho de Negócios Brasil-EUA, em tradução live).
Na terça-feira (29), a delegação têm reunião com políticos do partido Republicanos, o mesmo partido de Donald Trump.
No sábado (26) e no domingo (27), os parlamentares tiveram uma reunião preparatória. Além de Nelsinho e Tereza, Esperidião Amin (PP-SC), astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Fernando Farias (MDB-AL) participaram.
A reunião preparatória teve o objetivo de alinhar os principais pontos de discussão que vão ter com congressistas e empresários norte-americanos nos próximos dias. Além disso, os senadores Carlos Viana (Podemos-MG), Jacques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE) se juntaram aos colegas no domingo.
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