Em entrevista à CNN na quarta-feira (12), o governador Eduardo Riedel (PSDB) afirmou que pretende entregar, ainda durante o primeiro mandato, uma das principais vitrines de sua gestão: a integração de Mato Grosso do Sul à Rota Bioceânica.
Com a previsão de conclusão da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta em 2026 e obras de acesso já em andamento, o governo estadual aposta na logística internacional como motor econômico e político do Estado.
A entrega parcial da rota, que promete reduzir em até 14 dias o transporte de produtos sul-mato-grossenses aos portos do Chile, é vista como trunfo para alavancar a competitividade do agronegócio, especialmente frente às carnes processadas exportadas à Ásia.
Agronegócio com valor agregado
Riedel também celebrou o novo status do Brasil como livre de febre aftosa, reconhecido em Paris, reforçando a importância da defesa sanitária estadual e a abertura de mercados premium.
Para ele, o Estado está preparado para ampliar exportações de carnes e ampliar a agroindustrialização, transformando soja, milho, laranja e florestas em produtos processados com maior valor agregado.
“Do ponto de vista comercial, isso traz, sem dúvida nenhuma, uma consequência desde a ponta, a produção, o produtor, até as unidades processadoras e comercializadoras que vão ter acesso a novos mercados e mercados premium, mercados que pagam melhor, mercados que têm uma maturidade maior em alguns produtos”, projetou.
UFN3: é preciso competitividade para avançar
Sobre a retomada da UFN3, fábrica de fertilizantes nitrogenados em Três Lagoas, Riedel pontuou que o projeto só terá viabilidade se houver competitividade na oferta de gás natural.
“Nós temos que equacionar isso aqui até para a fábrica, a UFN3, que está nesse processo de retomada, ela se tornar superavitária, competitiva e poder gerar o resultado esperado para os investidores, inclusive. Para o Brasil é excelente, para o produtor ter a matéria-prima aqui, se for mais competitiva, melhor ainda. Então, nós temos que equacionar toda essa situação, mas é muito positivo o investimento”, mencionou, referindo-se à concorrência com países como a Rússia.
Desenvolvimento com foco social
Além da infraestrutura produtiva, o governador listou como prioridade a ampliação de políticas sociais, como a regionalização da saúde, ampliação do ensino integral e a universalização do saneamento até 2027, por meio de PPPs.
Riedel ainda criticou a ausência de compensações federais diante da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e defendeu uma gestão pública focada na eficiência, sem aumento de tributos.
“Lá no Estado a gente optou por não aumentar imposto. Nós ficamos com a alíquota de 17%, uma das menores do Brasil, desde que eu assumi o governo. Isso nos impõe um desafio muito grande a olhar com lupa a qualidade do gasto. E acho que está faltando um pouco disso no Brasil. A gente, ao invés de resolver problemas financeiros dos entes públicos por aumento de tributo, a gente resolve pela qualidade do gasto. Pôr lupa em cima, diminuir desperdício, aumentar a eficiência, qualidade na despesa fiscal, que é o que a gente tem buscado e é o caminho mais difícil”, afirmou.
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