Uma reunião entre políticos e diretoria da Santa Casa de Campo Grande discutiu o rumo econômico-financeiro do maior hospital de Mato Grosso do Sul, que vive caos para manter os atendimentos e crise para pagar as contas. Entre as propostas debatidas, estão a renegociação de dívidas com os credores e articulação de um encontro com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
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De acordo com a coordenadora da bancada federal, senadora Soraya Thronicke (PODE-MS), serão feitas outras reuniões para tentar equacionar o déficit da Santa Casa, que ultrapassa R$ 13 milhões mensais. Um encontro com o ministro da Saúde deve ocorrer na próxima semana, em Brasília.
“O Governo Federal vai se comprometer conosco. Nós vamos agora, a partir da conversa, ouvir a União, por meio do ministro Padilha, vamos saber com o que podemos contar para fazer um plano de recuperação extrajudicial da Santa Casa”, explicou.

Outra proposta é que seja feita uma renegociação com credores, como a Caixa Econômica Federal. Conforme e parlamentar, a atual administração herdou R$ 80 milhões em juros do banco.
Soraya também apontou que a bancada federal deve enviar R$ 10 milhões em recursos para ajudar a reduzir a dívida da Santa Casa. Na última sexta-feira (28), o Governo do Estado se comprometeu a fazer um repasse emergencial de R$ 25 milhões para o hospital. Já a Prefeitura de Campo Grande anunciou que o aumentará o convênio em R$ 1 milhão por mês, o que deve totalizar R$ 12 milhões no ano.
“Estamos enviando agora mais R$ 10 milhões em recursos da bancada, além das emendas individuais que ainda virão neste ano. Esse é dinheiro do ano passado, era saldo que nós tínhamos de custeio de saúde com o Governo do Estado. Nós direcionamos tudo para Santa Casa para ajudar”, explicou a senadora.
A expectativa é que sejam marcados outros encontros para discutir o problema. “Agora nós iniciamos uma série de reuniões. Não trouxemos a solução. É paliativo o que nós estamos fazendo”, pontuou.
Déficit
No dia 17 de março, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul realizou audiência pública para discutir a crise dos Hospitais Filantrópicos. O foco foi nas dificuldades enfrentadas pela Santa Casa de Campo Grande.
Logo, na ocasião o hospital apresentou documentos que comprovam déficit líquido significativo de R$ 13,23 milhões mensais, o que equivale a R$ 158,85 milhões anuais.
Segundo a Santa Casa, não há reajuste financeiro desde 2022, o que ocasionou desequilíbrio econômico-financeiro e a crise atual. O documento de contratualização com a prefeitura de Campo Grande venceu em meados de 2024. Desde então, houve uma negociação para a elaboração de um novo documento.
Nesta semana, a Santa Casa de Campo Grande conseguiu, perante a Justiça, o repasse imediato de mais de R$ 46,3 milhões. O hospital informa que passa sérias dificuldades financeiras, com riscos iminentes de interrupção total de seus atendimentos hospitalares.
Ainda conforme a Santa Casa, a situação decorre, também, do não recebimento de verbas reconhecidas judicialmente. Estas são referentes a repasses financeiros da União realizados durante a pandemia de Covid-19 em 2020, e que permanecem pendentes de recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
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