Pular para o conteúdo
Política

Professora ‘Barbie’ de Campo Grande pede afastamento após exposição por políticos

Secretaria Municipal de Educação afirmou que a professora está de licença médica
Dândara Genelhú -
Compartilhar
professora
Professora respondeu deputado nas redes sociais. (Foto: Kaique Andrade)

A professora da rede municipal de , Emy Santos, pediu afastamento da função após ser exposta em redes sociais de políticos. No início do ano letivo, Emy participou de atividade lúdica e recepcionou os alunos vestida de Barbie. A profissional da educação teve vídeo compartilhado e criticado por deputados de e outros estados brasileiros.

Nesta quarta-feira (26), a Semed (Secretaria Municipal de Educação) confirmou o afastamento da profissional. “A Secretaria Municipal de Educação informa que a servidora encontra-se de licença médica”, afirmou em nota.

Além disso, pontuaram que “em consonância com a legislação vigente, a Secretaria abriu o procedimento de apuração dos fatos”. Emy compartilhou nas redes sociais recebeu ameaças após o vídeo da recepção ser divulgado por políticos de direita.

“Não posso mais sair de casa sem medo”, desabafou a professora em reportagem do Intercept .

Deputado protocolou ofício

Deputados estaduais de Mato Grosso do Sul aprovaram o requerimento que questiona a recepção de alunos em escola municipal de Campo Grande. O deputado João Henrique Catan (PL) solicitou informações sobre a aula da professora transgênero, Emy Santos.

Nas redes sociais, o parlamentar compartilhou que após o ofício, a professora não dará mais aulas para crianças na rede pública da Capital. No entanto, a Secretaria de Educação confirmou que o afastamento ocorreu a partir de licença médica.

Ou seja, houve pedido por parte da professora para licença das funções. Assim, o ofício não teria sido o motivo do afastamento.

Vídeo compartilhado

Catan foi o primeiro político a compartilhar o vídeo de Emy recepcionando as crianças. Na sessão de 11 de fevereiro, o deputado do PL compartilhou o momento em telão. “Fantasiado de travesti. Essa é a vestimenta para ir na sala de aula dar aula para as crianças?”, disse.

Contudo, quando foi questionado, negou preconceitos. “Não há preconceito nenhum da minha parte”, disse no dia seguinte.

Após a repercussão no Estado, o vídeo de Emy foi compartilhado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Desde então, a professora relata sofrer ameaças e transfobia.

Professora aciona Justiça

A professora Emy Santos foi alvo de ataques do deputado estadual João Henrique Catan por ter se fantasiado de “Barbie da Shopee” para recepcionar os alunos na volta às aulas. Assim, entrou na Justiça pedindo que o parlamentar e outros políticos excluam o vídeo das redes sociais.

A docente foi alvo de falas consideradas transfóbicas na sessão da Assembleia Legislativa em 11 de fevereiro. No mesmo dia, a professora explicou que foi convidada a se fantasiar, como ela própria diz, de “Barbie da Shopee”. 

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) emitiu uma nota explicando que fantasias são permitidas nas atividades lúdicas da educação infantil, mas que iria apurar o caso. 

Na mesma semana, em 14 de fevereiro, a professora entrou com uma “tutela antecipada requerida em caráter antecedente”, por meio da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, contra Catan e o Facebook, responsável pelo Instagram. A autora denunciou o conteúdo na , mas aponta que continua no ar. 

O Defensor Público de Segunda Instância, Júlio César Ocampos Gonçalves, e a Defensora Pública e Coordenadora do NUDEDH (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos), Thaisa Raquel Medeiros de Albuquerque Defante, assinam os pedidos. Juntos, requerem que o processo corra em segredo de justiça para “evitar a exposição da intimidade da Requerente”. 

Além disso, também pedem que seja feita a exclusão do vídeo com a apresentação da professora dos perfis no Instagram do deputado estadual Catan, dos vereadores de Campo Grande André Salineiro (PL) e Rafael Tavares (PL), e da suplente a vereadora pelo PL, Vivi Tobias. Eles pedem que o não atendimento poderia gerar multa diária, não inferior a R$ 1 mil, especificada pelo juiz.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados