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Política

Professora trans pede licença médica após críticas de políticos por vídeo

Secretaria Municipal de Educação afirmou que a professora está de licença médica
Dândara Genelhú -
professora
Professora respondeu deputado nas redes sociais. (Foto: Kaique Andrade)

A professora da rede municipal de , Emy Santos, pediu licença médica e está afastada da função após a repercussão de vídeo que gravou com alunos no dia de retorno às aulas. Caracterizada como ‘Barbie da Shoppee’, a servidora trans foi alvo de críticas de políticos depois de compartilhar a gravação no perfil pessoal aberto @afro_queer, do Instagram.

No início do ano letivo, Emy participou de atividade lúdica e recepcionou os alunos vestida de Barbie. Logo, a gravação foi compartilhada e criticada por deputados de e outros estados.

Catan foi o primeiro político a compartilhar o vídeo de Emy recepcionando as crianças. Na sessão de 11 de fevereiro, o deputado do PL compartilhou o momento em telão. “Fantasiado de travesti. Essa é a vestimenta para ir na sala de aula dar aula para as crianças?”, disse.

Contudo, quando foi questionado, negou preconceitos. “Não há preconceito nenhum da minha parte”, disse no dia seguinte.

Nesta quarta-feira (26), a Semed (Secretaria Municipal de Educação) confirmou o afastamento da profissional. “A Secretaria Municipal de Educação informa que a servidora encontra-se de licença médica”, afirmou em nota.

Além disso, pontuaram que “em consonância com a legislação vigente, a Secretaria abriu o procedimento de apuração dos fatos”. Emy compartilhou nas redes sociais que recebeu ameaças após o vídeo da recepção ser divulgado pelos políticos.

Deputado protocolou ofício

Deputados estaduais de Mato Grosso do Sul aprovaram o requerimento que questiona a recepção de alunos em escola municipal de Campo Grande. O deputado João Henrique Catan (PL) solicitou informações sobre a aula da professora transgênero, Emy Santos.

Nas redes sociais, o parlamentar chegou a compartilhar para seguidores que, após o ofício, a professora não daria mais aulas para crianças na rede pública da Capital. No entanto, a Secretaria de Educação informou que o afastamento ocorreu a partir de licença médica apresentada pela servidora.

Após a repercussão no Estado, o vídeo de Emy foi compartilhado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Desde então, a professora afirma que passou a sofrer ameaças e transfobia.

A docente foi alvo de questionamentos na sessão da Assembleia Legislativa em 11 de fevereiro. A deputada Gleice Jane (PT) classificou como transfóbicas as falas dos colegas. No mesmo dia, a professora explicou que foi convidada a se fantasiar, como ela própria diz, de “Barbie da Shopee”. 

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) emitiu uma nota explicando que fantasias são permitidas nas atividades lúdicas da educação infantil, mas que iria apurar o caso.

Professora aciona Justiça

Após as críticas do deputado estadual João Henrique Catan por ter se fantasiado de “Barbie da Shopee”, a professora entrou na Justiça pedindo que o parlamentar e outros políticos excluam o vídeo das redes sociais.

Na mesma semana, em 14 de fevereiro, a professora entrou com uma “tutela antecipada requerida em caráter antecedente”, por meio da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, contra Catan e o Facebook, responsável pelo Instagram. A autora denunciou o conteúdo na , mas aponta que continua no ar. 

O Defensor Público de Segunda Instância, Júlio César Ocampos Gonçalves, e a Defensora Pública e Coordenadora do NUDEDH (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos), Thaisa Raquel Medeiros de Albuquerque Defante, assinam os pedidos. Juntos, requerem que o processo corra em segredo de justiça para “evitar a exposição da intimidade da Requerente”. 

Além disso, também pedem que seja feita a exclusão do vídeo com a apresentação da professora dos perfis no Instagram do deputado estadual Catan, dos vereadores de Campo Grande André Salineiro (PL) e Rafael Tavares (PL), e da suplente a vereadora pelo PL, Vivi Tobias.

Além disso, eles pedem que o não atendimento poderia gerar multa diária, não inferior a R$ 1 mil, especificada pelo juiz. (Texto editado às 6h34 de 27 de fevereiro de 2025)

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