Professora ‘Barbie da Shopee’: secretário confirma denúncia, mas diz que fantasias são comuns na educação infantil
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O titular da Semed (Secretaria Municipal de Educação) de Campo Grande, Lucas Bittencourt, confirmou, nesta quarta-feira (12), que foi registrada uma denúncia na ouvidoria da pasta sobre a professora trans que se vestiu de “barbie da Shopee”, como ela própria se descreveu, para recepcionar os alunos da educação infantil. O vídeo da volta às aulas compartilhado em rede social virou alvo de discussão na sessão da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), na última terça-feira (11).
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O assunto viralizou e ganhou as redes sociais. Em nota encaminhada ao Midiamax ainda na tarde de ontem, a Semed afirmou que o uso de fantasias é prática comum e recurso pedagógico para incentivar participação das crianças
O secretário de educação de Campo Grande explicou que será feita uma investigação sobre o caso, mas pontuou que atividades lúdicas são permitidas desde que estejam vinculadas à BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
“Quando a gente fala em volta às aulas, a gente tem que acolher o melhor possível as crianças. Houve sim uma denúncia que chegou à Secretaria de Educação e toda vez que chega uma denúncia na ouvidoria a gente precisa averiguar. Foi aberto um processo de averiguação e, diante desse processo, iremos averiguar o que aconteceu, e se é necessário alguma intervenção ou orientação”, explica Bittencourt.
O titular da Semed também apontou que a prática de se fantasiar como um personagem é uma prática comum com crianças menores. “A educação infantil trabalha muito a parte lúdica, por exemplo, têm diretoras que vão vestidas como uma série de personagens. O que isso tem a ver com o currículo? É isso que vamos conversar para buscar as orientações, transparência, clareza e o respeito acima de tudo”, afirma.
Bate-boca na Alems
O deputado João Henrique Catan (PL) desferiu críticas contra a educadora. “Fantasiado de travesti. Essa é a vestimenta para ir na sala de aula dar aula para as crianças? Eu quero saber se isso está no conteúdo de ensino, o que isso contribui para o ensino?”, afirmou.
Já a deputada estadual Gleice Jane classificou a fala do parlamentar como transfóbica. “Uma mulher transexual tem o direito de ser professora, de ser deputada. A transição de gênero não tem qualquer relação com conotação sexual. Precisamos entender o que é homofobia e educação. E o que a gente viu aqui foi um conteúdo homofóbico e criminoso, que estimula a morte de mulher trans no estado”, pontuou.
A professora Emy Matheus Santos, que foi vítima das críticas, se manifestou sobre recepção de alunos em escola municipal de Campo Grande. “Fui convidada a me fantasiar para receber as crianças de forma diferente para o primeiro dia de aula”, afirmou a profissional na terça-feira (11).
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