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Política

Pressão dos EUA sobre petróleo russo domina agenda com senadores brasileiros

Do MS, Nelsinho Trad e Tereza Cristina destacam engajamento bipartidário e avanço técnico nas negociações em Washington
Vinicios Araujo -
Comitiva brasileira em encontro com senador republicano, partido de Trump. Foto: Divulgação

A missão oficial brasileira aos Estados Unidos entrou nesta terça-feira (29) em um novo patamar de complexidade. Além das tratativas sobre o tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump contra produtos brasileiros, a comitiva liderada pelo senador (PSD-MS) se viu diante de forte pressão por parte do Congresso americano para que o Brasil reduza ou suspenda a importação de petróleo da Rússia.

Durante reuniões com senadores democratas e republicanos, os parlamentares norte-americanos enfatizaram a necessidade de rever as relações comerciais com Moscou, apontando o petróleo russo como principal preocupação, ainda mais do que a China.

Os norte-americanos sugeriram a criação de mecanismos de rastreabilidade da origem dos combustíveis importados e indicaram que o tema deve ser analisado após o recesso legislativo.

Em resposta, a delegação brasileira apresentou propostas técnicas e reafirmou o compromisso com a transparência regulatória do país.

“Muito importante essas conexões para esclarecer dados técnicos da medida”, pontuou Nelsinho Trad ao Jornal Midiamax, acrescentando que ao final das reuniões chegou-se à conclusão de que essa tarifa é ruim para ambos os países. “É uma medida perde/perde”, disse.

Senadores de MS destacam avanço diplomático

O senador sul-mato-grossense avaliou como positiva a intensa agenda de reuniões no Capitólio. O parlamentar detalhou esforço em procurar distensionar a relação com os EUA no âmbito da diplomacia parlamentar.

“Conseguimos baixar a temperatura e conectamos os contatos para o prosseguimento das tratativas. Proporcionaremos futuras conversas e convidamos todos a conhecerem e visitarem o Brasil”, destacou.

A senadora (PP-MS), vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, também considerou a agenda produtiva. “Temos boas expectativas com esses contatos”, disse.

Segundo ela, o Senado brasileiro atua para “reconstruir pontes” e mostrar que “nenhuma ideologia pode falar mais alto que o bom senso e o compromisso com o bem-estar de brasileiros e americanos”.

Tillis vê espaço para adiar tarifa

Um dos pontos de maior repercussão do dia foi a fala do senador Thom Tillis (Carolina do Norte), que sinalizou possibilidade de adiamento da tarifa de 50% imposta ao Brasil, diante de ações judiciais em curso.

Para Tillis, a medida anunciada por Trump é um “erro político” que afeta negativamente produtores e consumidores dos dois países.

Ele elogiou o posicionamento técnico da comitiva brasileira e relatou já ter defendido o Brasil junto ao Departamento de Comércio dos EUA.

Democratas prometem reação legislativa

O senador Martin Heinrich (Novo México) alertou para os efeitos internos da tarifa, citando o café como exemplo de produto insubstituível na cadeia americana e mencionando impacto direto no aumento dos preços da habitação devido à pressão sobre o setor madeireiro.

Já os senadores Ed Markey (Massachusetts) e Tim Kaine (Virgínia) garantiram que apresentarão medidas legislativas para contestar a imposição da tarifa e, se necessário, forçar uma deliberação do Senado sobre o tema.

A deputada Sydney Kamlager-Dove, co-presidente do Brazil Caucus, também manifestou preocupação com os efeitos da tarifa sobre a economia dos dois países e criticou a politização das relações comerciais.

Ela sugeriu articulação com outros caucuses e afirmou que a crise tarifária pode ser revertida judicialmente. A parlamentar chegou a publicar vídeo em suas redes sociais denunciando o impacto da medida sobre produtos como café e suco de laranja.

Sanções secundárias e rastreabilidade

Outro tema delicado abordado nas reuniões foi a tramitação de sanções secundárias contra países que continuam importando petróleo russo.

O Brasil foi citado nas discussões parlamentares, o que levou a comitiva a propor uma iniciativa conjunta entre os parlamentos dos dois países para implementar regras de rastreabilidade da origem do petróleo e seus derivados.

A missão segue até quarta-feira (30), quando os senadores brasileiros se reúnem com representantes da Americas Society / Council of the Americas, entidade que reúne lideranças civis e empresariais com foco no fortalecimento das relações interamericanas.

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