O foco do PT em Mato Grosso do Sul, a partir da eleição da nova diretoria, será a reeleição do presidente Lula em 2026 e a reestruturação da sigla para voltar a governar o Estado, como na época do ex-governador Zeca do PT. O PED (Processo de Eleição Direta) levou mais de 7,8 mil filiados do Partido dos Trabalhadores às urnas, em 65 dos 79 municípios, no último domingo (6).
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Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (7), o deputado federal e agora novo presidente do diretório estadual, Vander Loubet (PT), aponta que a união das diferentes correntes dentro do PT como em 1998 é um dos pontos-chave para voltar a eleger um governador.
“Senti essa motivação na militância do PT que a gente pode reconstruir aqui o partido e preparar o partido para governar o Estado. Claro que não vai ser da mesma forma que 28 anos atrás. Agora vai ser com outro perfil. Aquele período estava no auge do sindicalismo, nós conseguimos juntar um sindicalista e um cara do agro. Naquela época, a gente conseguiu desbancar o [Pedro] Pedrossian que tinha quatro mandatos de governador […] talvez não agora, no ano que vem, mas vai ser o começo para a gente arrancar”, declarou.
O PT em Mato Grosso do Sul realizou um convite ao ex-deputado federal Fábio Trad – que recentemente se desfiliou do PSD. Uma das alternativas ventiladas seria lançá-lo para disputar o cargo de governador em 2026. Entretanto, ainda não houve resposta por parte do advogado. “Ele cabe no PT. Eu sinto que a militância aceita o Fábio com a maior tranquilidade”, declarou Loubet.
Outra possibilidade do partido é a ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet (MDB). A intenção seria lançá-la novamente como candidata ao Senado Federal, onde ficou até 2022.
Loubet pontuou até que, se ela tivesse desempenho melhor nas pesquisas, ele estaria disposto a retirar a candidatura como senador. “Não acho que cabe a minha candidatura e a candidatura dela. O Lula tem que ter um senador aqui, seja eu, ou seja ela”, avaliou. Porém, ainda não houve conversa entre Tebet e o PT.
Impasse sobre governador

O Partido dos Trabalhadores vive outro impasse: se continua a compor a base do governador Eduardo Riedel (PSDB) ou se entrega os cargos que ocupa, como na Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).
Os dirigentes, por enquanto, aguardam a decisão do tucano sobre qual sigla irá se filiar após o fim do PSDB e se, irá, como em 2022, declarar apoio à direita e Jair Bolsonaro (PL). Vale lembrar que Riedel declarou apoio a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro.
“Nós entramos pela porta da frente e iremos sair pela porta da frente. Não vejo problema se tiver que sair do governo Riedel. Primeiro temos que aguardar o que ele vai nos falar para qual partido vai falar, a opção dele é fazer uma aliança com a direita? […] se o Riedel não quiser abrir palanque para o Lula nós vamos sair do governo, não tenha dúvidas”, avalia o congressista.
De acordo com o ex-presidente do diretório estadual, Vladmir Ferreira, a expectativa do diretório é que uma decisão sobre as candidaturas seja tomada até outubro deste ano. A ex-ministra das mulheres, Cida Gonçalves, também seria cotada para ser candidata. “Nós vamos tomar essa decisão antes de outubro para que a gente possa informar a sociedade, nossa militância o rumo do PT para 2026”, espera.
Prioridades do PT
Além de reeleger Lula em 2026, entre as prioridades do PT em Mato Grosso do Sul está organizar o cadastro dos filiados e profissionalizar a comunicação.
De acordo com o deputado estadual e agora presidente do PT em Campo Grande, Pedro Kemp (PT), a Capital representa cerca de 30% do eleitorado do Estado e possui responsabilidade nas metas.
Ele lista quatro prioridades. A primeira seria a organização do partido e atualização da lista de filiados. Ele explica que muitos cadastros estão desatualizados. “Queremos ter uma interlocução mais direta e permanente com os filiados”, afirma Kemp.
Ainda entram nesta lista de metas a formação política dos filiados, com cursos para base, lideranças e dirigentes; profissionalização da comunicação do PT e dar sustentação à bancada de vereadores na Câmara Municipal. A sigla ocupa três cadeiras na Casa de Leis com Luiza Ribeiro, Landmark Rios e Jean Ferreira.
Eleições para nova diretoria

Após um dia inteiro de votação e apuração de urnas, o deputado estadual Pedro Kemp foi eleito para presidir o diretório de Campo Grande e o deputado federal Vander Loubet, para comandar o PT de Mato Grosso do Sul.
O resultado das eleições foi divulgado por volta de 22h de domingo (6), depois de um dia inteiro de votação, que encerrou às 17h.
Assim, a presidência interna do partido tem duração de quatro anos. No Estado, são mais de 21 mil filiados. Em Campo Grande, são 946 votantes.
Kemp disputou a presidência do partido na Capital com a ex-vereadora Elaine Becker. Ela recebeu 219 votos enquanto o deputado estadual teve 675.
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Já Loubet disputou a presidência estadual com o então presidente, Humberto Amaducci. O deputado federal teve 762 votos contra 162.
A nível nacional, Edinho foi eleito para presidir o PT com 62,53% dos votos válidos. Ele disputou com Rui Falcão e Valter Pomar.
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