Prefeitura estuda novo concurso da Guarda Municipal para combate à violência contra mulher
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A Prefeitura de Campo Grande estuda lançar um novo concurso da GCM (Guarda Civil Metropolitana) da Capital. O novo processo seletivo seria alternativa para auxiliar no combate à violência contra mulheres na Capital.
A informação é da prefeita Adriane Lopes (PP), que se reuniu com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, nesta terça-feira (18). O encontro tratou sobre o atendimento e medidas de combate à violência contra mulher na Capital.
“Vamos estudar todas as medidas que podemos implementar para melhorar o atendimento e os fluxos. Talvez a ampliação do efetivo da Guarda Municipal, um novo concurso, mas ainda vamos nos debruçar sobre isso”, adiantou a prefeita.
Após ampla discussão sobre atendimento na Casa da Mulher Brasileira e diversos relatos sobre falta de acolhimento das vítimas, a prefeita comentou sobre o primeiro caso de feminicídio da Capital em 2025.
Adriane Lopes pontuou que os equipamentos da Prefeitura na Casa da Mulher Brasileira não falharam. “Não foram acionados”, afirmou a prefeita.
Ministra admitiu falhas
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou que existe “coletivo de falhas” no atendimento prestado na Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande. Após reunião nesta terça-feira (18), a responsável da pasta destacou que há “uma falha de atendimento”. O encontro acontece após a divulgação de áudios de Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio, descreverem atendimento ‘frio’.
“É um coletivo de falhas que vai se dando que precisa ser consertado, arrumado e a gente acha que passa por uma questão política, por uma questão de gestão do sistema”, afirmou a ministra. Cida apontou a necessidade de pensar em um sistema de tecnologia que consiga atender todos os processos de denúncia.
Além disso, registrou a preocupação com os profissionais que atendem às mulheres vítimas de violência. “Um outro problema que é a questão de qualificação dos profissionais, não é a qualificação de estudar, de formar, mas é questão de aptidão”, afirmou.
Atendimento na Deam e Casa da Mulher
Humilhação, deboche e falta de acolhimento. Essas são algumas das características apontadas em relatos sobre atendimentos na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de MS) realizados há pelo menos quatro anos na Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande. Áudios de Vanessa Ricarte sobre atendimento na quarta-feira (12) mostram que o descaso e erros grosseiros seguem presentes na Deam.
Vanessa detalhou o atendimento na Delegacia Especializada: “bem fria e seca”. A jornalista buscou amparo e denunciou o ex-noivo, Caio Nascimento, pouco tempo antes de ser vítima de feminicídio na própria casa. Ela foi morta a facadas.
Neste domingo (16), a jornalista completaria 43 anos ao lado de amigos e familiares. Agora, deixa memória de carreira brilhante e independência, além das denúncias em gravação de voz.