Uma comissão, liderada pelo prefeito de Corumbá, Gabriel Alves de Oliveira (MDB), vai reivindicar urgência sobre a suspensão dos voos na cidade ao governador Eduardo Riedel (PSDB). Nesta quinta-feira (24), Chefe do Executivo se reuniu com representantes do trade turístico, da Câmara Municipal, OAB e do setor empresarial para definir ações em defesa da permanência da ligação aérea do município. O encontro aconteceu após o anúncio da suspensão das operações da Azul Linhas Aéreas em Corumbá.
A reunião definiu a criação de uma comissão. Entre as propostas, estão a negociação com outras companhias aéreas, a manutenção emergencial das operações da Azul Viagens, braço turístico da empresa, até a chegada de novos operadores, e a discussão de uma política estadual de incentivos que garanta voos subsidiados para Corumbá.
Além do encontro com o governador, o grupo também abordará junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) alternativas para viabilizar a operação de novas empresas aéreas na região. Estão em análise medidas como subsídio ao querosene de aviação, redução de taxas aeroportuárias e flexibilização de regras para novos operadores.
Conforme a prefeitura de Corumbá, dados apresentados durante a reunião indicam que, entre janeiro e julho deste ano, o aeroporto da cidade recebeu cerca de 17 mil passageiros. A comissão também pretende apresentar à União um pedido de melhorias na malha viária da região.
“Temos buscado construir coletivamente soluções que sejam nossas, que reflitam a realidade da nossa gente. Tudo isso tem sido debatido com seriedade. Estamos ouvindo, dialogando e buscando equilíbrio. Em nenhum momento deixamos de tratar do tema com responsabilidade. Precisamos chegar unidos em todas as esferas para que nossa mensagem tenha força. Não buscamos apenas visibilidade, mas respeito e comprometimento. O que queremos é uma posição firme, institucional. Não se trata de convencer por vaidade, mas de garantir que a nossa voz seja ouvida onde for necessário”, afirmou Dr. Gabriel.
Azul confirma suspensão de voos na Piracema
A única companhia aérea que opera regularmente em Corumbá, principal cidade do Pantanal de Mato Grosso do Sul, vai deixar de operar durante a Piracema. Em 2025, a Piracema começa no dia 1º de novembro.
Ao Jornal Midiamax, a Azul Linhas Aéreas afirmou que, “como parte de seu compromisso com a eficiência operacional e a competitividade no setor aéreo”, as operações no trecho de Corumbá para Campinas (SP) passarão a ser sazonais a partir de outubro, quando se encerra o período de pesca liberada e se inicia o período de defeso nos rios de Mato Grosso do Sul.
Com o defeso, os peixes ficam protegidos por Lei para garantir a ocorrência do ciclo natural de migração e reprodução dos peixes, a Piracema.
“Com isso, os voos para a cidade serão retomados a partir de abril de 2026, época em que se inicia o período de pesca na região”, diz, ainda, a nota da Azul ao Midiamax. Justificativa
Ainda segundo a companhia, “a mudança faz parte de um processo normal e programado de ajuste de mercado, e foi cuidadosamente avaliada para garantir a sustentabilidade das rotas da companhia, mantendo o equilíbrio entre oferta e demanda, sem comprometer a qualidade dos serviços oferecidos aos seus clientes.”
Além de causar preocupação na região pantaneira, a suspensão também acende alerta a respeito dos voos da companhia no trecho Bonito (MS) a Campinas (SP). No entanto, segundo a empresa aérea, a Azul não fará alterações nos voos para Bonito.
O comunicado também afirma que “os clientes impactados receberão a devida assistência, conforme determina a Resolução 400 da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)”.
A suspensão total dos voos comerciais para Corumbá levanta questionamentos sobre o impacto direto na atividade turística da região. A cidade é uma das principais portas de entrada para o Pantanal sul-mato-grossense.
Apagão logístico no coração do Pantanal
O cenário aponta para um possível ‘apagão logístico’, que ameaça o turismo ecológico, a pesca esportiva e toda a cadeia produtiva ligada ao setor.
Corumbá está localizada na fronteira com a Bolívia e no coração de um dos biomas mais exuberantes e reconhecidos do planeta. A cidade é destino certo para turistas nacionais e estrangeiros, especialmente durante a alta temporada entre março e setembro.
Sem voos, os visitantes enfrentam deslocamentos terrestres de mais de 450 km, saindo da Capital sul-mato-grossense, o que tende a desestimular viagens planejadas com meses de antecedência.
A ausência de conectividade aérea pode desencadear, ainda, o cancelamento de pacotes turísticos já vendidos, perda de empregos e fechamento de pequenas empresas como pousadas, agências de turismo, guias, barqueiros e comerciantes.
Diante do cenário, o Ministério dos Portos e Aeroportos foi acionado por representantes da bancada federal de Mato Grosso do Sul, que pedem medidas urgentes para garantir a manutenção mínima de voos regulares em Corumbá.
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