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Política

Por que MS ficará sem novos deputados após aprovação de projeto polêmico na Câmara?

Entenda o motivo de MS seguir com o mesmo número de deputados, ainda que constituição indique o contrário
Fábio Oruê -
camara deputados
Plenário da Câmara Federal (Vinicius Loures, Câmara dos Deputados)

Sem apoio da maioria da bancada de deputados federais por Mato Grosso do Sul, projeto que aumenta 18 vagas da Câmara Federal a partir de 2026 recebeu aprovação na terça-feira (7) e passará para análise do Senado. Entretanto, MS permanecerá com as oito cadeiras habituais. Mas por quê?

O cerne do PLP (Projeto de Lei Complementar) é o aumento da bancada de estados conforme o crescimento populacional. Entre debates e contendas, o que será enviado ao Senado é um substitutivo do relator, deputado Damião Feliciano (União-PB) para o PLP 177/23, da deputada Dani Cunha (União-RJ).

O relator optou por uma abordagem política em vez do cálculo diretamente proporcional previsto na Lei Complementar 78/93, revogada pelo texto. Com isso, alguns estados, que perderiam vagas no Congresso, permanecem com o mesmo número de cadeiras.

Este não é o caso de Mato Grosso do Sul, que continua com o número mínimo de oito representantes, conforme estabelecido pela Constituição Federal.

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Deputado Damião Feliciano (Bruno Spada, Agência Câmara)

Por que Mato Grosso do Sul fica sem alteração?

Segundo a justificativa, a conta não considera que o Estado chegou a 2,7 milhões de habitantes, segundo o Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística), mas sim que a população nos últimos anos não teve crescimento significativo que justifique o aumento das cadeiras na bancada – mesmo que o padrão da Constituição Federal indique um número maior.

A última vez que a Câmara passou por revisão aconteceu em 1993. A necessidade de rever a distribuição de cadeiras surgiu após decisão, em agosto de 2023, do STF (Supremo Tribunal Federal) ao acatar uma ação do governo do Pará que apontou omissão do Legislativo em atualizar o número de deputados conforme a mudança populacional, como previsto na Constituição.

O documento prevê que cada estado tenha entre 8 e 70 deputados federais, sendo proporcional à população. Por exemplo, Mato Grosso e Goiás terão aumento – apenas MS ficou de fora no Centro-Oeste – de uma cadeira cada um. Assim, MT passa a ter 10 representantes e GO 19.

Conforme cálculo do IBGE, Mato Grosso do Sul teve crescimento de 41,3% de 1993 para 2022, mas MT registrou aumento de 78,4% em 29 anos. O ‘boom’ populacional foi o principal norteador das análises feitas na PLP.

Mato Grosso teve atenção especial de Feliciano, já que ficaria com 9 parlamentares. Ao comparar os estados de Piauí (população de 3.269.200), Mato Grosso (população de 3.658.813) e Rio Grande do Norte (população de 3.302.406), o primeiro continuaria com 10 cadeiras tendo população menor que os outros dois, que ficariam com 9 e 8 respectivamente.

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Bancada federal de MS (Divulgação, Agência Câmara)

Deputados de MS votaram contra aumento

A Câmara dos Deputados se dividiu por 270 votos a favor e 207 votos contrários o aumento das 18 vagas De Mato Grosso do Sul, dos oito deputados eleitos para representar o Estado em Brasília, sete votaram e foram contrários ao projeto que amplia número de cadeiras, unindo extrema-direta e extrema-esquerda de MS contra o PLP.

Confira como votou a bancada de MS:

  • Beto Pereira () – não votou
  • Camila Jara (PT) – voto contrário
  • Dagoberto Nogueira (PSDB) – voto contrário
  • Dr. Luiz Ovando (PP) – voto contrário
  • Geraldo Resende (PSDB) – voto contrário
  • Marcos Pollon (PL) – voto contrário
  • Rodolfo Nogueira (PL) – voto contrário
  • Vander Loubet (PT) – voto contrário

‘Escárnio’: deputados de MS criticaram projeto

Rodolfo Nogueira (PL) disse nas redes sociais que a aprovação do projeto é um ‘escárnio com o dinheiro dos brasileiros’. Em nota divulgada, o deputado disse que é a favor de um Estado mais enxuto, o que significa menos custo ao erário brasileiro.

Da mesma sigla, Marcos Pollon (PL) gravou vídeo para criticar a aprovação e disse que o parlamento legisla em causa própria e afirmou que aumento de deputados é um absurdo. “Somos o segundo parlamento mais caro do mundo, agora caminhamos para o primeiro lugar”, criticou.

O deputado federal Luiz Ovando (União Progressista) também votou contrário ao projeto e disse que é a favor de responsabilidade fiscal. (PSDB) criticou: “Ao invés de aumentar de 513 para 527 parlamentares, precisamos investir esse recurso naquilo que realmente importa: saúde, educação, segurança e dignidade”, disse.

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Deputados aprovaram o projeto na sessão do Plenário de terça (Bruno Spada, Agência Câmara)

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