O Plano Safra 25/26 foi considerado pelo deputado Rodolfo Nogueira, do PL-MS, como mais um episódio do que ele considera uma revanche do governo Lula ao agronegócio brasileiro.
Rodolfo preside a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados e afirma que o programa de financiamento da produção agrícola não atende à demanda do setor.
“Fizeram um carnaval em cima do plano safra, demoraram para lançar, colocando o programa às vésperas do agricultor jogar a semente na terra sem sequer garantir a equalização das perdas. O que a gente viu foi uma apresentação confusa, sem saber ao certo no que vai ser empregado”, apontou Rodolfo.
Plano insuficiente
Anunciado no dia 1º, a nova edição do Plano Safra apresenta oferta de R$ 594,4 bilhões em recursos para financiar a produção 2025/2026.
Apesar de representar um valor superior de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior, contemplando operações de custeio, comercialização e investimento para o setor, preocupa a disparidade diante da inflação acumulada no ano passado.
Do montante total, R$ 78,2 bilhões são destinados à agricultura familiar e R$ 516,2 bilhões à agricultura empresarial.
“Embora os valores representem aumento nominal em relação ao ciclo anterior, de 2,89% para a agricultura familiar e 1,49% para a empresarial, o reajuste não acompanha a inflação acumulada de 4,73% no ano de 2024”, afirma a Famasul.
A entidade considera que, para os produtores conseguirem o mesmo poder de compra do ciclo passado, seria necessário ao menos R$ 79,59 bilhões para a agricultura familiar e R$ 532,65 bilhões para a empresarial.
O resultado do plano neste ano, segundo a Famasul, “é uma perda real de capacidade de financiamento”, que preocupa especialmente num cenário de custos de produção elevados.
Taxas elevadas
Os produtores veem com preocupação a taxa de juros da proposta disponibilizada pelo governo Lula.
O custo do crédito ficou mais caro nesta edição, já que as taxas de juros tiveram aumento médio de dois pontos percentuais em relação ao ano passado.
Nas linhas de custeio e investimento, os percentuais variam entre 8,5% e 14% ao ano, No Plano Safra anterior, as taxas aplicadas ao financiamento oscilavam entre 7% e 12%.
O governo justifica o avanço dos juros em razão da escalada da Selic, que passou de 10,5% a 15% ao ano entre as safras.
“O resultado é um plano que aparenta crescimento, mas que não garante, de fato, maior força financeira para quem está no campo”, pontua a Famasul.
Ausência de seguro
Semelhante ao que havia criticado a Famasul, no início da semana, o parlamentar ainda demonstrou insatisfação com a falta de uma política robusta voltada ao seguro rural.
“Não foi tocado a palavra do seguro rural. A gente vê isso com preocupação neste lançamento, uma vez que o endividamento do produtor rural, principal no Mato Grosso do Sul, tem afetado de forma significativa a produção. O governo não apresenta um programa de securitização ou renegociação, esse produtor vai ficar totalmente sem crédito”, considera.
Rodolfo projeta vazio produtivo em diversas lavouras do país. Segundo o parlamentar, há uma perseguição implacável contra o agronegócio no atual governo, “desde o meio ambiente ao ministério do trabalho”.
Para justificar a suposta perseguição, Rodolfo menciona indústria da multa, retenção de maquinário, apreensão de gado, repressão por parte do Ibama e outras medidas consideradas “vingativas” ao agronegócio no país.
“Esse setor é a grande locomotiva do Brasil. Tem sustentado o PIB, os postos de trabalho, e quando o governo se coloca contra o setor primário ele tá dando um tiro no pé, fazendo um jogo contra a própria economia. Sabemos que esse governo usa o agro como caixa eletrônico, quando precisa”, afirmou o deputado.
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