As agências, Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos) e Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), foram cobradas nesta quarta-feira (25) pelos usuários do Consórcio Guaicurus. Durante oitivas na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), os órgãos admitiram a falta de fiscalização dos ônibus nos bairros e aplicação de multa por superlotação dos ônibus.
Andreia Maria Silva Lopes, moradora do Los Angeles e usuária recorrente do transporte público, relatou aos vereadores que não possui retorno nas denúncias feitas aos fiscais das agências. “Acho que é um enfeite”, disse, sobre os servidores remunerados para fiscalizar o transporte público.
A usuária comentou sobre a situação no Terminal Guaicurus. “A gente vai reclamar do que acontece no transporte público, e eles falam: atravessam e vai lá na Agetran, porque a gente não pode fazer nada”, disse.
Assim, informou que os fiscais “não pegam seu nome, não anotam sua reclamação, aqui, lá é um descaso. São só de enfeite. É um descaso, os fiscais da Agetran lá no terminal é um enfeite. Deveriam tirar, porque o povo paga”, sugeriu.
Fiscalização da Agetran
Para Diogo Henrique Cristovão — professor da Rede Estadual de Ensino que estuda na Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e mora nas Moreninhas —, a fiscalização é falha. “A Agetran falha, os órgãos públicos falham”, afirmou na audiência.
O professor afirmou que as agências precisam melhorar a fiscalização. “A gente não pode fazer a vontade de uma empresa”. No mesmo sentido, o professor aposentado Odílio Cavalcante, morador da Coophavila II, disse que denunciou a retirada de linhas à Agência.
“Todos os dias, de segunda a sexta, ando pela cidade e observo tudo. Vejo problemas e procuro soluções não só para mim, mas para a coletividade. Creio eu que não foi decisão do Consórcio, mas da Prefeitura”, disse.
Logo, explicou que a Agência demorou na atuação pela linha. “Uma luta minha junto à Agetran, para reativar essas linhas. A 82 foi reativada só em 27 de novembro de 2021, quase um ano depois, depois de muita luta com a Agetran. A Agereg eu entrei em contato também”, citou.
Agência não multa Consórcio por superlotação
Em depoimento na CPI do Consórcio, o atual diretor-presidente da Agetran, Paulo da Silva, admitiu que não multa ônibus do Consórcio Guaicurus por superlotação. Contudo, disse que a Agência penaliza veículos de passeio com mais passageiros do que a capacidade em Campo Grande.
A falta de penalização ao Consórcio aumenta o cenário sem mudanças e melhorias para a população. Maria Lúcia Torrecilha, especialista em desenvolvimento urbano, disse que o grupo não se sente ameaçado.
“Por que que vai mudar? Se não tem multa, se não tem uma ameaça junto ao grupo. Eles não se sentem ameaçados”, destacou.
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Além disso, na oitiva na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio Guaicurus, o diretor-presidente da Agereg, José Mario Nunes da Silva, admitiu que não existem fiscais nos bairros. O representante afirmou que os fiscais não atuam nas comunidades para avaliar o serviço prestado pelas empresas do Consórcio, responsáveis pelo transporte público em Campo Grande.
Questionado pelo vereador Coringa (MDB) sobre o envio de fiscais para os bairros, o diretor-presidente disse que “para comunidade nunca foi. Vai em casos pontuais, como Todos em Ação, e montamos o estande”.
Como usarão os depoimentos?
A vereadora Luiza Ribeiro (PT) destacou que os participantes entram como testemunhas na CPI. “Desta vez, as pessoas que serão ouvidas pela CPI, só desta vez, não serão as que poderão ser julgadas pela CPI neste relatório que vamos apresentar, porque não são prestadores de serviço e nem responsáveis pelo serviço municipal de transporte”.
Assim, destacou que os depoimentos serão anexados como usuários do transporte. “Sua contribuição será lançada no nosso relatório como testemunha que usa o transporte público em Campo Grande”, disse.
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