Os 57 ônibus do Consórcio Guaicurus que foram interditados porque estavam com a inspeção veicular vencida retornaram para as ruas de Campo Grande. Em julho, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) autuou e interditou estes veículos após encontrar irregularidades que impediam a circulação.
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Os 57 veículos representam 12,39% da frota de 460 ônibus que atende a população de forma precária, como apontaram os usuários na audiência pública da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio Guaicurus.
Contudo, o número de ônibus que circulam diariamente nas ruas chega a ser menor, de 417. O restante é usado como reserva nos terminais ou estão em manutenção. A inspeção veicular é responsável por avaliar a segurança do veículo.
Ao mesmo tempo, usuários encontram parte da frota sucateada, como o veículo que circulou nesta semana sem o vidro e borracha de proteção, expondo os passageiros à insegurança.
Na mesma semana, a Justiça determinou que a Prefeitura de Campo Grande reajuste a tarifa técnica do transporte coletivo de R$ 5,95 para R$ 7,79 em 15 dias. A tarifa pública, de R$ 4,95, é paga pelo usuário, enquanto a tarifa técnica é a que é paga ao Consórcio Guaicurus com subsídios de recursos públicos.
Ônibus retornam para as ruas

O vereador Maicon Nogueira (PP), integrante da CPI e que realizou vistorias nas garagens, fez uma nova visita à Agetran, após a interdição dos 57 ônibus. A informação repassada foi de que essa parte da frota foi regularizada e retornou para as ruas.
“Fiz uma nova visita à Agetran e todos já estão normalizados. Só voltaram para as vias após a empresa Otimiza, que foi a contratada, realizar a inspeção”, informou o vereador.
Vale lembrar que o Consórcio Guaicurus tem quase 100 ônibus vencidos ainda em circulação pela cidade. Em 21 de maio, a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) deu um prazo de 30 dias para que o grupo de empresas trocasse 98 veículos velhos que circulam com idade acima da média de concessão de cinco anos. A idade máxima é de 10 anos para convencionais e de 15 anos para articulados.
Dirigentes do Consórcio Guaicurus reconheceram na CPI que parte da frota está velha, mas não deram perspectiva ou prazo para a renovação. A última entrega de frota foi realizada em 2023. Na época, Campo Grande recebeu 71 veículos. Os representantes do grupo com contrato bilionário com a Capital também chegaram a admitir, na CPI, que o sucateamento da frota eleva os custos de operação.
O Midiamax solicitou uma nota para a Prefeitura de Campo Grande e o Consórcio Guaicurus sobre esses ônibus retornarem para as ruas. O espaço segue aberto para manifestações.
Frota sucateada
Superlotação, calorão, atrasos, goteiras, elevadores quebrados e “ônibus fantasmas” são algumas das queixas de quem é obrigado a pagar caro por um serviço sucateado.
A interdição dos veículos foi adotada após inspeção da CPI realizada nas garagens encontrar divergências nas informações. O vereador Maicon Nogueira (PP) coordenou as visitas aos locais e identificou irregularidades na frota do grupo de empresas que explora o serviço de transporte em Campo Grande.
“Identifiquei, durante as fiscalizações da CPI, que muitos dos ônibus estavam com as datas de vistoria veicular muito próximas da data de vencimento, e alguns deles já vencidos. Notifiquei a Agetran, e a Agetran me confirmou 57 ônibus com a data vencida”, explicou o vereador ao Midiamax, na época.
A Agetran encaminhou informações atualizadas sobre a composição da frota de veículos do SMTC (Sistema Municipal de Transporte Público Coletivo). A pasta informou ao vereador que a quantidade de veículos com inspeção veicular vencida é variável devido à dinâmica operacional da frota, mas que, até 1º de julho, eram 57 veículos com inspeção veicular vencida.
Assim, a Agereg foi notificada pela Agetran para que tomasse as providências quanto à interdição para o Consórcio Guaicurus.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)