Em menos de cinco meses, o Consórcio Guaicurus acumulou 1.726 infrações com o município. Auditor chefe da Auditoria da Agetran, Henrique de Matos Moraes, prestou depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio nesta segunda-feira (12) e apontou os principais motivos de autuação das empresas: ônibus atrasados e ‘fantasmas’.
O auditor citou que foram 592 autos de infração por descumprimento do horário de viagem acima do limite de tolerância. Ou seja, de veículos atrasados — apontamentos diários da população que usa o transporte público em Campo Grande.
Além disso, foram 178 autos por omissão de chegada e 164 por omissão de saída. Essas infrações acontecem devido aos “ônibus fantasmas”.
“Quando não tem ônibus, quando não passa. Ele teria que chegar no terminal e não chega, teria que sair do terminal e não saí. Não compareceu no ponto de verificação. Quando ele chega atrasado é um tipo de tipificação, quando ele não chega é omissão”, explicou na CPI.
Ademais, o Consórcio levou 144 autos por omitir as viagens. “Omissão de viagem esse carro nem se movimentou, não existiu. Tem lá programado uma tabela e ela não saiu”.
Por fim, disse que a falta de veículos reserva gerou 110 infrações ao Consórcio em 2025. Todos os dados são do auditor chefe. Logo, o servidor disse que “o Consórcio que se defenda depois”.
Ônibus sem higienização
Os ônibus do Consórcio Guaicurus teriam sido higienizados pela última vez em Campo Grande há três meses. Ou seja, não há manutenção de limpeza dos veículos que transportam crianças, idosos, trabalhadores e adolescentes da Capital. É o que aponta o fiscal aposentado, Luis Carlos Alencar Filho, ouvido nesta segunda-feira (12), na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio Guaicurus.
Questionado pela vereadora Luíza Ribeiro (PT) sobre a limpeza dos ônibus, o fiscal respondeu abertamente: “Olha, a gente fiscaliza, mas a gente não consegue pegar os 460 não”.
Assim, o fiscal aposentado da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) disse que a última higienização completa aconteceu há cerca de três meses. “Às vezes a gente faz, acho que, não lembro se foi em janeiro ou fevereiro, fez uma higienização na garagem à noite. Mas acho que foi feita uma questão de limpeza”, afirmou.