Os vereadores de Campo Grande Jean Ferreira, Landmark Rios e Luiza Ribeiro, do PT, viram a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro como forma de preservação da integralidade da Justiça.
“Agora Bolsonaro vai cumprir as medidas que deveria ter cumprido na pandemia, que é ficar em casa”, disparou Jean, lembrando que, durante os períodos de restrição da covid-19, o ex-presidente incentivava circulação em nome da economia, enquanto milhares de mortos pelo coronavírus se somavam diariamente.
Para Luiza Ribeiro, o PL, partido do ex-presidente, está acostumado a desrespeitar a Justiça.
“A Justiça Brasileira não é seletiva. Pode ser o papa, que se cometer crime vai ser submetido às regras brasileiras. Não adianta vir o papa ou o Trump pressionar”, disse a parlamentar.
Já o vereador Landmark Rios acredita que as sanções impostas ao ex-presidente são fruto de indisciplina diante das autoridades judiciais.
“Bolsonaro procurou, provocou, procurou, e no Brasil nós temos o nosso sistema judiciário. Ele está cometendo crimes um atrás do outro, contra a soberania nacional. Foi um verdadeiro desmonte o governo do Bolsonaro, ele tentando o golpe, atentando contra a democracia, contra a justiça eleitoral, não aceitando os votos da urna. Isso somente é uma resposta que ele pediu. E hoje a máscara cai”, afirmou.
O parlamentar acrescentou ainda que “a máscara do Bolsonaro cai” quando a família Bolsonaro vai para os Estados Unidos e “conspira contra a pátria mãe brasileira”. O vereador fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que já confessou ter articulado com o governo norte-americano as sanções contra as autoridades brasileiras em torno do processo que implica o pai como réu.
“Houve essa conspiração, não só dele, mas de toda a família dele, contra a nossa pátria, contra a democracia, contra a nossa soberania nacional, jogando os nossos empresários contra os Estados Unidos”, disse Landmark.
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Ex-presidente preso
Jair Bolsonaro (PL) teve as medidas restritivas progredidas em prisão domiciliar na tarde desta segunda-feira (4). A decisão do ministro Alexandre de Moraes ocorre após o político descumprir as medidas cautelares impostas depois da operação da Polícia Federal em 18 de julho, como a proibição de uso de redes sociais para incentivar ataques à Suprema Corte.
Entre as medidas implicadas ao ex-presidente, está o uso de tornozeleira eletrônica; proibição de visitas (exceto por familiares próximos e advogados); e recolhimento de todos os celulares disponíveis no local.
De acordo com Moraes, a prisão domiciliar foi motivada por participação remota de Bolsonaro em manifestações no domingo (3), por meio de videochamada com os filhos e com o deputado federal por Minas Gerais Nikolas Ferreira (PL).
Segundo o magistrado, “o réu se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo, dolosa e conscientemente, material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo tribunal Federal”.
Fez chamada com manifestantes em Dourados
O ex-presidente também participou do ato pró-anistia realizado em Dourados, por telefone. Em uma videochamada feita pelo deputado federal por Mato Grosso do Sul, Rodolfo Nogueira (PL), Bolsonaro viu seus apoiadores por vídeo, ao vivo.
No município, o ato reuniu eleitores na principal via do município, a Avenida Marcelino Pires. Informações levantadas pelo Jornal Midiamax apontaram que veículos e manifestantes ocuparam mais de 15 quadras da via em deslocamento na carreata.
Na decisão que determinou a progressão das restrições ao ex-presidente, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que a “Justiça é cega, mas não é tola”.
“Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Bolsonaro, pois o réu produziu material para publicação nas redes sociais de seus três filhos e de todos os seus seguidores e apoiadores políticos, com claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apoio, ostensivo, à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”, afirmou Moraes em decisão.
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