O presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores), senador de Mato Grosso do Sul, Nelsinho Trad (PSD), demonstrou preocupação com uma possível super taxação dos Estados Unidos. Ao Jornal Midiamax, o parlamentar disse que negócios com a Rússia podem piorar o cenário do ‘tarifaço’ e render cobranças de até 500%. As medidas passam a valer a partir desta quarta-feira (6) para produtos brasileiros.
Nelsinho afirmou que a possibilidade foi citada durante reuniões com o parlamento americano, na semana passada. “Eles entendem que quem tem negócios com a Rússia, no ramo de petróleo e óleo diesel, está ajudando a Rússia a financiar a guerra”, disse.
Logo, ligou para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira, para informar o posicionamento dos norte-americanos. “Então, o que eu ouvi dos dois lados, tanto o democrata quanto o republicano, eles vão fazer um projeto de lei quando voltar do recesso”, adiantou o senador.
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Assim, serão três meses para sobretaxar os países que têm negócios nesse momento com a Rússia. “Eu ouvi dizer que pode ser de até 500%”, explicou Nelsinho sobre o discurso que transita entre os republicanos e democratas.
Ponto de atenção
Nelsinho destaca que a possibilidade de supertaxação é um ponto de atenção necessário ao Governo Federal. Ou seja, o Governo Lula precisará dar atenção sobre a relação com a Rússia, já que os países integram o Brics — sendo que os russos presidiram o encontro de 2024.
“Para eles [EUA] votarem a uma sobretarifa contra o Brasil é daqui para ali. Veja bem, nós somos para eles um superávit. Os Estados Unidos têm superávit na balança comercial com o Brasil”, disse o presidente da Comissão.
Então, lembrou que “o Brasil não é, pelo menos não era, um país declaradamente inimigo dos Estados Unidos, entre os 206 anos de relação. E a gente sofreu a maior imposição de tarifa do mundo todo”, lamentou.
O presidente da CRE destacou que a Brics, “teve um destaque nacional, internacional, e a Rússia sendo destaque” e poderia prejudicar o cenário para o Brasil. Entre outras questões colocadas como fatores para taxação estão a “política, a moeda, a questão do Brix, a questão das big techs”.
Isenções de taxas
Decreto assinado em 30 de julho pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a aplicação de tarifa de 50% a produtos importados do Brasil. Contudo, trouxe algumas exceções. Dois dos três produtos são os mais vendidos por Mato Grosso do Sul aos norte-americanos.
Conforme o texto do documento oficial divulgado pela Casa Branca, celulose e ferro-gusa não terão a taxação adicional de 40% — que se soma aos 10% já aplicados — a partir de 6 de agosto.
Em volume financeiro, celulose e ferro-gusa só ficam atrás da carne bovina em total exportado por MS aos Estados Unidos em 2024.
Carne
A carne brasileira, principal produto de exportação do Mato Grosso do Sul, poderá entrar em negociação em frente específica. É o que apontou o senador Nelsinho Trad. “Pelo que eu senti lá, eles vão abrir frentes de negociação setorizadas. E eles não dão ponto sem nó”.
Então, apontou que os produtos que mais são consumidos nos Estados Unidos terão possibilidade de negociação. É o caso da carne, usada para um das comidas mais consumidas pelos estadunidenses: o hambúrguer.
“Os produtos que eles dependem, eles podem retirar essa tensão. E eles dependem da nossa carne, porque ela é boa na textura e no sabor, para eles fazerem o hambúrguer deles”, defendeu o presidente da Comissão.
Entenda quando as taxas entram em vigor
Até o momento, os Estados Unidos definiram três datas para início das cobranças das taxas. Em 1º de agosto as cobranças começaram para os produtos do Canadá.
Entre os países com tarifas mais altas, o Brasil tem as exportações taxadas a partir de 6 de agosto. Assim, a data é definida por decreto publicado da Casa Branca de 30 de julho.
Por fim, em 1º de agosto, Trump deu ordem executiva para início do tarifaço aos outros países a partir de 7 de agosto.
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