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Política

Lia Nogueira defende afastamento de delegadas para investigação com isonomia

Áudios de jornalista vítima de feminicídio denunciam atendimento na Deam
Dândara Genelhú -
lia nogueira midiamax
Deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) comentou sobre o caso com o Midiamax. (Nathalia Alcântara, Midiamax)

A deputada estadual Lia Nogueira () defende o afastamento das delegadas envolvidas no atendimento da jornalista Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio em . Para a parlamentar, a medida garantiria isonomia para investigação.

“Eu creio que elas devem ser afastadas até que a investigação ocorra com mais isonomia”, disse. Ao Jornal Midiamax, a parlamentar comentou sobre o atendimento relatado pela própria vítima em áudios gravados antes do crime.

Assim, afirmou que “o áudio deixado pela Vanessa revela suposta falha grave no atendimento da ”. Destacou que “isso precisa ser devidamente apurado”.

“Quem falhou por omissão ou mesmo negligência, precisa ser responsabilizado de forma exemplar”, pontuou a deputada.

Vanessa relatou atendimento ‘frio’

Áudios de Vanessa Ricarte sobre atendimento mostram que o descaso e erros grosseiros seguem presentes na Deam.

Vanessa detalhou o atendimento na Delegacia Especializada: “bem fria e seca”. A jornalista buscou amparo e denunciou o ex-noivo, Caio Nascimento, pouco tempo antes de ser vítima de feminicídio na própria casa. Ela a facadas.

Neste domingo (16), a jornalista completaria 43 anos ao lado de amigos e familiares. Agora, deixa memória de carreira brilhante e independência, além das denúncias deixadas em gravação de voz.

Servidora pública que trabalhava no MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em ), Vanessa morreu na Santa Casa de Campo Grande na noite do dia 12 de fevereiro, vítima de feminicídio.

Ela foi esfaqueada em casa, no Bairro São Francisco, pelo ex-companheiro, preso em flagrante logo após o crime. Vanessa recebeu três facadas no coração e depois levada em estado gravíssimo à Santa Casa. Contudo, não resistiu.

Após a morte e ampla divulgação dos áudios de denúncia de Vanessa, mulheres voltaram às redes sociais para relatar o atendimento na Deam.

Suposta inexperiência

A delegada que atendeu a jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, e registrou o boletim de ocorrência em que a vítima denuncia o ex-noivo é a delegada Riccelly Maria Albuquerque Donhas, que passou no último concurso da Polícia Civil, em Mato Grosso do Sul, e está em estágio probatório.

A suposta inexperiência da delegada é apontada pelos próprios colegas de profissão como um dos fatores determinantes para que Vanessa classificasse, em áudio enviado para uma amiga, que foi tratada de maneira ‘fria e seca’ na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), horas antes de ser assassinada pelo seu ex-noivo.

O local, que deveria ser de acolhimento à vítima, foi de orientações desencontradas. A jornalista ainda relata que uma delegada teria dito para ela ligar para Caio pedindo que ele deixasse a sua residência. 

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