Os presidentes regionais do PT em Mato Grosso do Sul, Pedro Kemp, deputado estadual que comanda o diretório em Campo Grande e, Vander Loubet, deputado federal, chefe do diretório estadual, saíram em defesa da deputada federal, Camila Jara, acusada de agredir o também deputado, Nikolas Ferreira (PL-MG).
Em nota, Kemp afirma ser indevida a indicação da deputada à Comissão de Ética da Câmara, pois Nicolas não sofreu agressão e sim uma queda. Vander diz que houve um esbarrão, um acidente, não uma agressão. Os dois ressaltam que a causa de toda a confusão na Câmara foi a ocupação da Câmara causada por deputados da oposição.
Nikolas diz ter siso agredido pela petista enquanto o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), recuperava seu assento na Mesa Diretora após dois dias de ocupação. Camila nega o suposto empurrão ou soco.
Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), enviou à Corregedoria da Casa os pedidos de afastamento, por até seis meses de Camila Jara “por quebra de decoro com pedido de suspensão cautelar do mandato” e de Marcos Pollon (PL), devido a ocupação da Mesa Diretora da Câmara. Nesta sexta, o líder no PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que entrará com representação contra a deputada.
Nota de Pedro Kemp
Acho indevida esta indicação da deputada Camila Jara para a Comissão de Ética da Câmara, primeiro porque a parlamentar não estava participando da ocupação da Mesa Diretora que impedia a realização dos trabalhos legislativos da Casa, segundo porque o incidente que resultou na queda do deputado Nikolas, este sim envolvido no motim, não foi provocado por Camila, mas pelo afastamento da Cadeira pelo presidente Hugo Mota. Penso que o processo terá como resultado o arquivamento com s defesa da deputada Camila.
Nota de Vander Loubet
A Camila tem 1,60 de altura, pesa 49 quilos, está em tratamento contra um câncer e é a única mulher da bancada federal de Mato Grosso do Sul. Também é a mais jovem eleita do estado. Mesmo assim, foi ao centro do Plenário da Câmara para garantir que o presidente Hugo Motta reassumisse sua cadeira e conduzisse os trabalhos legislativos.
No meio do empurra-empurra, houve um esbarrão. Um acidente, não uma agressão. Mas a extrema-direita, especialista em distorcer fatos e fabricar narrativas, tenta transformar esse episódio em escândalo. Camila não estava ali para provocar confusão. Estava ali para defender a democracia. E fez isso como sempre faz, com coragem, firmeza e senso de responsabilidade. Punir a Camila seria punir a juventude, a luta das mulheres, a coragem de quem não se cala. Seria punir a democracia.
Quem precisa ser responsabilizado são os deputados que impediram deliberadamente o presidente da Câmara de assumir sua função e sua cadeira na Mesa Diretora do Plenário. Isso sim é grave, muito grave. Isso sim é um atentado à Instituição, à Câmara dos Deputados. A Camila merece respeito. Porque mesmo em tratamento, mesmo sendo minoria, ela não recuou. E isso, em tempos difíceis, é um ato de resistência.