A operação da Polícia Federal e a imposição de uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã da última sexta-feira (18), levou a uma enxurrada de opiniões dos campo-grandenses nas redes sociais. Somente na página do Facebook do Midiamax, o post sobre a ação já rendeu mais de 1,5 mil comentários sobre o caso, incluindo aqueles em defesa do político.
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Alguns até falaram que poderia ser um plano para impedi-lo de concorrer às eleições em 2026. “Imbecilidade”; “Seria um ato de censura? Ou jogada política para retirar sua candidatura?”; “Tudo isso é para ele não concorrer a eleição do ano que vem”, especularam.
Bolsonaro foi declarado inelegível em 2023 e só poderá concorrer a um pleito em 2030. Ele foi condenado por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros, em 18 de julho de 2022.
Já outros campo-grandenses relembraram escândalos que marcaram a gestão do PT. “E viva a injustiça, enquanto isso roubos, desvios bilionários do INSS, da educação, são normais… e viva o amor”.
“Estão desviando atenção para realidade, quando acordarem vai ser tarde demais. Enquanto isso, grandes desvios e gastos sendo realizados, tipo INSS”, disseram outras.
Também chegaram a comparar o Brasil com a Venezuela. “Bem-vindo a Brasuela [sic]. Não tem mais volta, o Brasil já é uma Venezuela, o terrível dia chegou, que Deus tenha misericórdia de nós”, pediu um.
Operação da PF
Já outros campo-grandenses viram como positiva a decisão do STF e comemoraram a Operação da Polícia Federal. “Já vai tarde” e “para mim já devia estar na cadeia” foram algumas das opiniões.
“Na época do Bolsonaro não tinha nada: lógico, ele não deixava investigar. Voltou um governo onde os Três Poderes têm autonomia, onde a PF é comandada de forma séria e voltaram às investigações. Grande dia para a democracia”, opinou outra pessoa.
O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que Bolsonaro use tornozeleira eletrônica e cumpra uma série de medidas cautelares, incluindo toque de recolher e ficar sem acesso às redes sociais. Entre as justificativas para a operação, está a suspeita de que o ex-presidente teria pedido asilo a Donald Trump e planejava fugir do país. Foram encontrados 14 mil dólares durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em dois endereços ligados ao político.
Na internet, o campo-grandense não perdeu tempo e expôs opinião sobre o fato. Alguns relembraram que a decisão contra Bolsonaro vai em desencontro com o desejo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que emitiu uma carta sobre o assunto no dia anterior.
“Ministro Alexandre Morais mostrando o medo que está das possíveis sanções americanas. SQN [Só que não]”, comemorou um usuário.
Trump impôs na semana passada uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. Sem citar provas, o presidente norte-americano justificou a medida como resposta a uma suposta censura do Brasil às mídias sociais norte-americanas. Na carta, Trump ainda criticou o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A medida de Trump levou a uma série de ações do governo brasileiro, inclusive uma missão diplomática com oito senadores — incluindo Tereza Cristina (PP-MS) e Nelsinho Trad (PSD-MS). O grupo deve embarcar para os Estados Unidos em 28 de julho, com o objetivo de negociar o tarifaço, que se inicia em 1º de agosto.
Operação mira Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo, nesta sexta-feira (18), de uma operação da Polícia Federal determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Bolsonaro terá de usar tornozeleira eletrônica e, segundo apurou o UOL, foi à superintendência da PF em Brasília com carro próprio, para colocar o dispositivo. A decisão também impõe restrições severas, incluindo:
- Proibição de contato com outros réus e investigados, como seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos e atua como elo com o ex-presidente Donald Trump;
- Recolhimento domiciliar das 19h às 7h e nos fins de semana;
- Proibição de comunicação com embaixadores e diplomatas estrangeiros;
- Impedimento de acesso a redes sociais;
- Restrição de aproximação de embaixadas — em novembro de 2024, Bolsonaro afirmou que se sentia perseguido e cogitava pedir refúgio em embaixada caso houvesse ordem de prisão.
A operação foi autorizada após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências de Bolsonaro, em Brasília e no Rio de Janeiro, além da sede do PL.
As suspeitas são de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional.
A defesa do ex-presidente divulgou nota dizendo que ele “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas” e que “sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”. O partido ainda não se manifestou oficialmente.
Durante a ação, os agentes apreenderam cerca de US$ 14 mil na casa do ex-presidente, em Brasília. A investigação apura se o valor poderia ser utilizado em uma eventual tentativa de fuga.
As medidas fazem parte da PET nº 14129, em andamento no Supremo Tribunal Federal.
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