O secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, garantiu nesta sexta-feira (11) que os dados dos alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino) não foram vazados. Um hacker foi preso em São Paulo durante operação da Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) após ameaçar vazar dados como nome, endereço e até informações médicas de alunos.
“É um banco de dados da Educação, porém vinculado à Agetec. Foi possível termos essa tranquilidade de conseguir identificar a pessoa e fazer a apreensão dela. Com isso, os dados estão seguros, graças à atuação da Guarda e da Polícia”, disse.
Para Bitencourt, é importante frisar que o dados não foram vazados. “Ele estava ameaçando vazar para ter esse trabalho, ameaçando internamente, fazendo pressão. É importante frisar aos pais que nenhum dado foi vazado. Já foi resolvido e estamos muito seguros”, finalizou.
No entanto, a investigação aponta o acesso não autorizado ao sistema EDUWEB. O autor do crime teria extraído relatórios com dados como: nome completo, endereço, escola e condição de saúde de crianças e adolescentes. Com o acesso, ele passava a ameaçar a divulgação em redes sociais dos dados.
A polícia depois descobriu a publicação de links contendo os dados obtidos ilicitamente. Foram apreendidos equipamentos eletrônicos que passarão por perícia técnica especializada. O material poderá esclarecer a dinâmica do crime, identificar possíveis coautores.
O caso
O hacker de 18 anos, que invadiu e ameaçou vazar dados de alunos da Semed (Secretaria Municipal de Educação) de Campo Grande, queria ser contratado pela Agetec (Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação), também da Capital.
Conforme apurado pela reportagem, o rapaz, preso em São Paulo durante a ‘Operação Rota 443′, deflagrada nesta sexta-feira (11), conseguiu acesso, baixou dados e passou a fazer ameaças à Agetec. Ele dizia que divulgaria as informações.
Ainda conforme as informações, ele nunca pediu especificamente um valor, mas sempre ameaçou, falando que queria um contato.
Em 15 dias de diligência, ele foi identificado, localizado e preso. O rapaz teria dito que agiu de tal forma, pois queria ser contratado pela agência.
A versão do autor será apurada, assim como se foram apenas esses dados acessados por ele, se compartilhou com outras pessoas e quem mais teve acesso às informações. Para isso, o material foi apreendido e deve passar por análise no Cyberlab, Laboratório de Tecnologia Cibernética de Brasília, do Ministério da Justiça.