O grito de guerra violento da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) causou polêmica na Assembleia Legislativa, no retorno das sessões ordinárias após o fim do recesso parlamentar, nesta terça-feira (5). Deputados do PT e do PL tiveram breve desentendimento sobre a música que viralizou na última semana com as frases “espanca até matar” e “arranca a cabeça”.
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O deputado estadual Pedro Kemp (PT) apresentou um requerimento cobrando informações ao Governo de MS e ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) sobre as possíveis responsabilizações e providências adotadas a respeito do grito de guerra entoado por soldados recém-formados, em 31 de julho.
“A formação policial deve priorizar valores democráticos, técnicas de mediação de conflitos e uso proporcional da força, jamais incentivando práticas que banalizem a violência ou estimulem condutas desumanas. A divulgação desses gritos de guerra não só mancha a imagem da corporação, como também alimenta o temor e a desconfiança da população, especialmente de grupos historicamente vulnerabilizados”, diz parte da justificativa.
Após a leitura do requerimento, o deputado estadual Coronel David (PL) questionou se o documento se tratava de uma nota de repúdio. Kemp respondeu que não, que era um requerimento com pedido de informações.
“Se me permite, o senhor disse que a nossa polícia é a que mais mata. Eu não vi nenhum santinho sendo morto pela PM em confrontos. Então, dizer bem claro ao senhor: o seu partido detesta a Polícia Militar, seu partido quer enfraquecer a Polícia Militar, quer desmilitarizar, mas nós vamos continuar na luta e defesa da nossa instituição”, afirmou o deputado do PL.
O parlamentar do PT respondeu “É a sua opinião, deputado”. Ao Midiamax, o deputado Pedro Kemp viu como “absurda” a divulgação do vídeo e recomendou mudança na formação dos policiais.
“Faço uma recomendação ao Governo e ao secretário de Segurança Pública, ao comandante-geral da Polícia, para que reveja o curso de formação dos policiais nessa área dos direitos humanos, se está sendo ministrada essa disciplina corretamente, respeitando a legislação em vigor do país, a Constituição Federal. Nós precisamos, de uma certa forma, combater uma visão que existe na sociedade, que eu digo que é do senso comum, quando as pessoas afirmam que bandido bom é bandido morto”, defendeu.
A deputada estadual Gleice Jane (PT) também protocolou um pedido de informações sobre o caso.
‘Espanca até matar’
As imagens do grito de guerra viralizaram na última sexta-feira (1º), um dia após a formatura dos 427 novos agentes da corporação. O vídeo mostra um grupo de soldados se balançando, batendo palmas e gritando o seguinte trecho:
“Bate na cara, espanca até matar. Arranca a cabeça dele e joga ela pra cá. O interrogatório é muito fácil de fazer. Eu pego o vagabundo e bato nele até morrer. Desce aqui e venha conhecer. A tropa da PM que cancela CPF”.
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