Relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio Guaicurus destacou três regiões mais afetadas pelo transporte público com frota velha. Até esta segunda-feira (12), vereadores receberam 485 denúncias sobre os coletivos em Campo Grande.
Assim, destacaram como regiões mais afetadas: Sul, Sudoeste e Norte de Campo Grande. Cinco linhas ganham o título de mais problemáticas, sendo a 070, 080, 102, 235, 302 e 517.
Contudo, outras linhas também estão entre as citadas nas reclamações. Os grupos mais impactados com o serviço do Consórcio são “trabalhadores, estudantes, idosos e pessoas com deficiência”.
Apontamentos da CPI
Então, com cerca de 10 reclamações por dia, vereadores da CPI apontam algumas alternativas para melhoria do transporte coletivo em Campo Grande.
- Urgente: Renovação da frota e manutenção preventiva.
- Fiscalização: Aumentar a presença de fiscais nos terminais e linhas críticas.
- transparência: Melhorar a comunicação sobre mudanças de horários e linhas.
- Acessibilidade: Garantir o funcionamento de equipamentos para PCDs.
- Tarifa: Revisão do valor da passagem em relação à qualidade do serviços.
Sistema em crise
“Denúncias evidenciam um sistema de transporte público em crise”, apontam os vereadores. Ademais, destacam que o Consórcio possui “falhas estruturais e operacionais que impactam diretamente a qualidade de vida dos usuários”.
Por fim, destacam que “ações imediatas são necessárias para resolver os problemas mais graves e restaurar a confiança da população”.
Principais denúncias
Má Conservação dos Ônibus
- Ônibus velhos, sucateados e com falta de manutenção.
- Problemas como goteiras, bancos quebrados, portas defeituosas, elevadores inoperantes e falta de ar-condicionado.
- Ademais: veículos com barulhos excessivos, peças soltas e riscos de acidentes.
Superlotação
- Ônibus frequentemente lotados, especialmente em horários de pico.
- Além disso, passageiros deixados nos pontos devido à incapacidade de embarque.
- Falta de veículos extras para atender a demanda.
Atrasos e Falta de Ônibus
- Horários não cumpridos, com ônibus atrasados ou que simplesmente não passam.
- Redução de linhas e frota insuficiente, especialmente aos finais de semana e feriados.
- Intervalos longos entre os ônibus, causando esperas prolongadas.
Má Conduta e Descaso com os Usuários
- Motoristas mal-educados, negligentes ou que ignoram passageiros.
- Então, a falta de fiscalização e organização nos terminais.
- Tratamento inadequado a idosos, pessoas com deficiência e outros grupos vulneráveis.
Falta de Acessibilidade
- Elevadores e rampas para cadeirantes quebrados ou inoperantes.
- Ônibus sem condições adequadas para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Problemas nos Terminais
- Infraestrutura precária, com banheiros sujos, falta de bancos e cobertura.
- Alagamentos e falta de manutenção.
- Desorganização nas filas e pontos de embarque.
Tarifa Alta e Má Gestão
- Preço da passagem considerado abusivo frente à má qualidade do serviço.
- Monopólio do Consórcio Guaicurus e falta de concorrência.
- Denúncias de superfaturamento e corrupção.
Como enviar denúncias para a CPI?
– WhatsApp: (67) 3316-1514
– E-mail: cpidotransporte@camara.ms.gov.br
– Formulário anônimo disponível no site www.camara.ms.gov.br ou clique aqui.
O vereador Lívio (União Brasil) preside a Comissão. Além disso, a CPI do Transporte Público também é composta pelos vereadores Ana Portela (PL), que está na relatoria, Júnior Coringa (MDB), Luiza Ribeiro (PT) e Maicon Nogueira (PP).
Fatos determinados
A CPI pretende investigar três fatos determinados. Ademais, o objeto de apuração é a junção de dois requerimentos de abertura da CPI, propostos por Junior Coringa (MDB) e Lívio Leite (União).
Então, confira os fatos determinados:
- A utilização de frota com idade média e máxima dentro do limite contratual e o estado de conservação dos veículos nos últimos cinco anos;
- O equilíbrio financeiro contratual após a aplicação dos subsídios públicos concedidos pelo Executivo Municipal de Campo Grande à empresa concessionária, por meio das Leis Complementares 519/2024 e 537/2024;
- A fiscalização feita pela Prefeitura Municipal, pela Agereg e pela Agetran no serviço de transporte público prestado pela concessionária após a assinatura do TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) perante o TCE-MS, em novembro de 2020.