O deputado estadual João Henrique Catan (PL) justificou o grito de guerra entoado por soldados recém-formados na PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) como fonte para “fortalecer o espírito de corpo de quem vai para a rua enfrentar a criminalidade”. Trechos da música falam em “espanca até matar” e “arranca a cabeça” [sic].
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“O que se vê nos treinamentos da polícia é a preparação de homens e mulheres que, infelizmente, vivem em uma realidade onde a linha entre viver e morrer é muito tênue. Eles estão indo para a guerra — e quem nunca esteve no lugar de um policial no meio de um confronto, quem nunca carregou nas costas o peso de uma farda e a responsabilidade de proteger o cidadão de bem, talvez não entenda a necessidade de fortalecer essa tropa com disciplina, resistência e união”, justificou.
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As imagens viralizaram nesta sexta-feira (1º), um dia após a formatura dos 427 novos agentes da corporação. O vídeo mostra um grupo de soldados se balançando, batendo palmas e gritando o seguinte trecho:
“Bate na cara, espanca até matar. Arranca a cabeça dele e joga ela pra cá. O interrogatório é muito fácil de fazer. Eu pego o vagabundo e bato nele até morrer. Desce aqui e venha conhecer. A tropa da PM que cancela CPF”.
O deputado estadual de direita se diz a “favor a da pena de morte para bandidos”, mas pondera que “a polícia deve agir sempre dentro da legalidade e do respeito aos direitos constitucionais”.
“Mas é preciso compreender o contexto. Não podemos continuar tratando com naturalidade o sofrimento das famílias que perderam tudo por causa da violência. Prefiro um cemitério de bandidos do que um pai ou uma mãe chorando a morte de um filho — ou de uma filha — assassinada por criminosos!”, destacou o deputado
O parlamentar usou como exemplo casos em que pessoas inocentes acabaram mortas devido à violência, como o menino João Hélio, que morreu aos seis anos de idade ao ficar preso pelo cinto de segurança e ser arrastado por quilômetros durante um assalto, no Rio de Janeiro. Regionalmente, também foi citado o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, aos 42 anos, a golpe de facas pelo ex-noivo.
O que diz o Governo de MS?
O Jornal Midiamax entrou em contato com a assessoria de comunicação da PM-MS para saber sobre os fatos. Em nota, o Governo de Mato Grosso do Sul informou que irá apurar o ocorrido, incluindo “rigorosa apuração dos fatos e aplicação das sanções legais previstas”.
Em nota o Governo respondeu:
“O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul manifesta publicamente seu repúdio a quaisquer condutas que incentivem a violência, e determinou a adoção imediata das providências cabíveis, com rigorosa apuração dos fatos e aplicação das sanções legais previstas. A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul lamenta o ocorrido e esclarece que o episódio consiste em uma manifestação isolada, não representando os valores, princípios e o padrão institucional da corporação. A expressão utilizada não foi criada pela instituição e tampouco faz parte de seus protocolos oficiais. A preparação do efetivo inclui disciplinas voltadas à valorização da vida, respeito às minorias e atuação comunitária. O Governo de Mato Grosso do Sul enfatiza que forma policiais para defender a sociedade, a vida, a segurança e a paz”.
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