O ex-secretário de Finanças de Campo Grande e atual deputado estadual, Pedro Pedrossian Neto (PSD), afirmou que falta transparência na prestação de contas do Consórcio Guaicurus — alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara dos Vereadores.
À frente da pasta de finanças na gestão de Marquinhos Trad (PDT), Pedrossian Neto disse que nunca ficou claro para administração pública o déficit alegado pelo prestador de transporte coletivo da Capital. Apesar disso, reconhece que os usuários diminuíram com o passar dos anos.
“Então, para que você possa repassar recursos, você tem que ter absoluta clareza desse recurso. Em primeiro lugar, um compromisso de transparência, de compliance, de balanços publicados, de auditoria independente auditando os contratos, de absoluta clareza, transparência e luz do sol”, afirma ao Jornal Midiamax.
“Isso nós nunca conseguimos observar nas contas do consórcio, uma clareza absoluta, pelo menos naquela ocasião, sobretudo na questão de demonstrar o déficit financeiro”, complementa ele, relembrando o prejuízo financeiro que a empresa diz ter durante e pós-pandemia.
“A gente via as contas relativamente empatadas, sem lucro, mas também sem grande prejuízo. Agora, isso era uma percepção, a gente não tinha absoluta certeza, porque os balanços não estavam auditados por auditorias, por consultorias de primeiríssima linha”, ressalta.
Para ele, a CPI deve caminhar no sentido de dar maior transparência aos gastos do Consórcio Guaicurus e, assim, confiança de que os recursos estão sendo empregados em prol da população.

CPI do Consórcio Guaicurus
As últimas oitivas deste mês serão em 28 de maio. O primeiro a prestar depoimento no dia, às 13h, será o diretor da Procuradoria Jurídica e presidente da Junta de Análise e Julgamentos de Recursos da Agereg, Rodrigo Koei Marques Inoye.
A partir das 15h, quem responde às perguntas é o Diretor de Fiscalização e Auditoria Contábil da Agereg, José Corsine da Silva.
Próxima fase: investigação do Consórcio Guaicurus
A CPI do Consórcio Guaicurus se dividiu em cinco fases e desenrola atualmente a segunda, em que acontecem oitivas. Ela visa obter informações técnicas e jurídicas junto aos agentes públicos responsáveis pela fiscalização e regulação.
Já a próxima fase prevê uma investigação sobre o Consórcio Guaicurus. Estão previstas oitivas com gestores e responsáveis pelo grupo de empresas para verificar a execução do contrato e a aplicação dos recursos públicos.
A intenção é investigar o Consórcio Guaicurus ouvindo diretores, sócios, gestores e analisando documentos para entender a aplicação dos recursos públicos. Além disso, também estão previstas vistorias nos ônibus, constatações in loco e auditoria nas tarifas.
Líder de denúncias
A má conservação, a falta e os atrasos constantes de ônibus em Campo Grande lideram as reclamações contra o Consórcio Guaicurus. Relatório do grupo aponta que “a população clama por medidas urgentes, incluindo renovação da frota, ampliação das linhas, fiscalização efetiva e maior transparência na gestão”.
Assim, a partir das denúncias, os vereadores classificam a situação atual do transporte coletivo “como insustentável e prejudicial à qualidade de vida dos moradores de Campo Grande”. A má conservação lidera as denúncias, seguida da falta de ônibus, e o mesmo percentual para atrasos dos veículos.
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