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Política

‘Etapa mais sensível’: senadores encontram aliados e opositores de Trump em busca de solução para tarifaço

Os parlamentares americanos se mostraram abertos ao diálogo
Vinicios Araujo -
As reuniões com congressistas americanos – que incluem democratas e republicanos – foram restritas aos parlamentares. Foto: Divulgação

Com a tarifa de 50% prestes a entrar em vigor na sexta-feira (1º), brasileiros iniciaram nesta terça-feira (29) o que chamaram de etapa mais sensível da missão oficial aos Estados Unidos.

Em Washington, os parlamentares avançaram nas articulações políticas com congressistas americanos, tanto aliados quanto opositores de Donald , em busca de apoio para adiar a medida que pode gerar prejuízos econômicos ao Brasil.

Em nota, a senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP), vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, detalhou que, pela manhã, a comitiva brasileira se reuniu com os senadores democratas Ed Markey e Martin Heinrich.

Os parlamentares se mostraram abertos ao diálogo e sinalizaram apoio à reivindicação brasileira por uma prorrogação da tarifa e exclusão de determinados produtos da lista.

No período da tarde, os encontros foram com republicanos, partido do presidente americano. A comissão encontrou o senador Thomas Tillis, e havia expectativa de reunião com Lindsey Graham, próximo a Trump, que não se concretizou nesta terça-feira.

“Temos boas expectativas com esses contatos”, afirmou Tereza Cristina.

A missão é liderada pelo também sul-mato-grossense (PSD-MS), presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores).

Segundo ele, a terça-feira foi marcada por reuniões intensas com deputados e senadores, tanto democratas quanto republicanos, com o objetivo de “distensionar a relação com os EUA no âmbito da diplomacia parlamentar”.

O senador afirmou ao Midiamax que a temperatura da crise foi “baixada” e que o grupo conseguiu “conectar contatos para o prosseguimento das tratativas”.

“Proporcionaremos futuras tratativas e convidamos a todos para conhecerem e visitarem o Brasil. Muito importante essas conexões para esclarecer dados técnicos da medida. Chegou-se à conclusão de que essa tarifa é ruim para ambos os países. É uma medida [a tarifa] perde-perde”, avaliou Nelsinho Trad.

A tarifa atinge produtos brasileiros como aço, alumínio, alimentos e manufaturados. Segundo estimativas da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), o impacto pode chegar a R$ 175 bilhões em perdas nos próximos dez anos.

“O Senado está agindo diplomaticamente para reconstruir pontes entre Brasil e Estados Unidos. Nossa missão é abrir caminhos para o diálogo e tentar evitar que tarifas injustas recaiam sobre quem trabalha e produz”, reforçou Tereza Cristina.

Apesar de reconhecerem que o congresso não tem competência direta sobre tarifas, os senadores brasileiros apostam no peso político da missão para reabrir canais de diálogo entre os dois países.

“Nenhuma ideologia pode falar mais alto que o bom senso e o compromisso com o bem-estar de brasileiros e americanos”, disse a parlamentar.

Carta de empresários pressiona Trump

Na véspera, segunda-feira (28), a comitiva já havia se reunido com representantes da U.S. Chamber of Commerce e de gigantes empresariais norte-americanas, como Cargill, Shell, Caterpillar, ExxonMobil, Johnson & Johnson, IBM, Kimberly-Clark, entre outras.

O encontro, articulado pelo Brazil-U.S. Business Council, contou ainda com a presença da embaixadora Maria Luiza Viotti e membros da missão diplomática brasileira.

Na ocasião, os senadores buscaram apoio institucional da Câmara de Comércio americana para uma manifestação formal ao governo dos EUA pedindo o adiamento da tarifa.

O argumento central é que a medida compromete a previsibilidade de investimentos e desorganiza cadeias produtivas binacionais, especialmente nos setores de alimentos, energia e insumos industriais.

Empresários americanos indicaram disposição em pressionar pela suspensão temporária da sobretaxa, enquanto se constroem alternativas técnicas e diplomáticas.

Também foi sugerido que a Câmara de Comércio atue como intermediária em uma eventual conversa direta entre os presidentes dos dois países.

Lula ainda não telefonou diretamente

Apesar disso, o presidente Lula ainda não fez contato direto com Donald Trump. “O tempo corre, e enquanto o presidente Lula se recusa a se aproximar do presidente Trump, nós, como representantes responsáveis do povo, fazemos o possível, e o impossível, nos Estados Unidos para defender os interesses do nosso país”, declarou Tereza Cristina na segunda-feira.

Além dos senadores sul-mato-grossenses Nelsinho Trad e Tereza Cristina, integram a missão os parlamentares Jaques Wagner (PT-BA), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL) e Esperidião Amin (PP-SC). A iniciativa foi aprovada por unanimidade no plenário do Senado.

Na quarta-feira (30), último dia da missão, os senadores terão reunião com representantes da Americas Society / Council of the Americas, entidade que atua no fortalecimento das relações interamericanas entre governos, setor privado e sociedade civil.

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