Incompatível, é como avalia o deputado federal Vander Loubet (PT) sobre nota do governador Eduardo Riedel (PSDB) após prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL). Assim, afirmou nesta sexta-feira (8), que o PT ‘entrou e sai pela porta da frente’ da base do Governo de Mato Grosso do Sul.
“Nós entramos pela porta da frente, vamos sair pela porta da frente. Nós tomamos uma decisão política que vamos sair do Governo”, reforçou a decisão. “Incompatível com aquilo que nós defendemos”, avaliou Vander sobre a publicação de Riedel.
O presidente estadual do partido, Vladimir Ferreira, anunciou decisão unânime e saída do diretório em coletiva de imprensa.
Vander comentou sobre os próximos passos, que acontecem após o retorno do governador da Missão Ásia. “Comunicar o Riedel a hora que ele chegar e pedir uma audiência para ele. Entregar os cargos que nós temos”, detalhou o deputado.
“A partir desse momento nós temos a liberdade para se articular”. Contudo, disse que não devem “fazer uma oposição sistemática. Nós vamos fazer oposição e política, construindo um movimento, que é o mais amplo possível”, afirmou Vander.
O deputado por MS classifica o movimento esperado como “democrático, com as forças democráticas de apoio à reeleição de Lula”.
Decisão do PT
A diretoria do PT realizou reunião nesta sexta-feira (8) para definir a situação sobre a saída da base de Riedel. O presidente estadual da sigla lembrou que a entrada para o Governo “foi uma decisão política para que a extrema-direita não ganhasse aqui em MS. Grande maioria apoiou Eduardo Riedel quando ele tinha mais de 15% atrás do seu adversário”.
O deputado estadual e presidente do PT em Campo Grande, Pedro Kemp, relembrou que o apoio em 2022 foi para derrota da extrema-direita. Contudo, disse que “a polarização permanece e, infelizmente, o governador e o seu grupo político está tomando um lado. Que lado que é esse? É o lado que nós ajudamos a derrotar em 2022, que é a extrema direita”, destacou.
Parte do PT já demonstrava o desejo da sigla sair da base governista durante a campanha do PED (Processo de Eleição Direta) do PT meses atrás, mas lideranças aguardavam a decisão do governador sobre qual lado apoiar em 2026.
Para a deputada estadual Gleice Jane (PT), o governo já demonstrava sinais para qual linha seguiria há algum tempo. “O Governo vem dando alguns sinais da linha que ele segue já há algum tempo. Final do ano, como ele reagiu violentamente contra os povos indígenas que lutavam por água, aquilo foi o símbolo muito forte de como ele pensa, de como ele age”, criticou a deputada.
Relembre a nota
Na terça-feira (5), Riedel disse que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) “nada disso ajuda os brasileiros neste momento de grandes e graves incertezas econômicas”.
Para o governador, a prisão “só compromete ainda mais a pacificação do país. Precisamos pensar menos em política e mais no país agora”. Assim, afirmou que o “Brasil real precisa da normalidade institucional para superar os inúmeros desafios de um país ainda muito injusto e desigual. Que voltem urgente a serenidade e o bom senso”, se posicionou.
Na visão de Riedel, a medida representa “excessos judiciais” que implicam na escalada da tensão política e jurídica no país.