Assim como a defesa de Bolsonaro, a defesa do general Walter Braga Netto disse que as denúncias da PGR (Procuradoria-Geral da República) são ‘fantasiosas’. O militar da reserva é acusado de ser um dos integrantes da cúpula da trama que planejava golpe de estado e levou aos ataques de 8 de janeiro em Brasília.
Em nota divulgada nesta terça-feira (18) assinada pelos advogados, é afirmado que Braga Netto não teve acesso à delegação premiada que baseia a denúncia, a do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
Na denúncia, que atinge 34 pessoas, Braga Netto é acusado de cinco crimes, assim como Bolsonaro: liderar organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Confira na íntegra a nota da defesa de Braga Netto:
“A fantasiosa denúncia apresentada contra o General Braga Netto não apaga a sua história ilibada de mais de 40 anos de serviços ao exército brasileiro.
O General Braga Betto está preso há mais de 60 dias e ainda não teve amplo acesso aos autos, encontra-se preso em razão de uma delação premiada que não lhe foi permitido conhecer e contraditar.
Além disso, o General Braga Netto teve o seu pedido para prestar esclarecimentos sumariamente ignorado pela PF e pelo MPF, demonstrando o desprezo por uma apuração criteriosa e imparcial.
Também é surpreendente que a denúncia seja feita sem que o relatório complementar da investigação fosse apresentado pela Polícia Federal.
É inadmissível numa democracia, no Estado Democrático de Direito, tantas violações ao direito de defesa serem feitas de maneira escancarada.
A imprensa não pode ser omissa em noticiar essas ilegalidades.
A defesa confia na Corte, que o STF irá colocar essa malfadada investigação nos trilhos.
José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua
Advogados”