Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), classificou como “azar” o flagrante que a equipe do Jornal Midiamax fez à visita de Themis Oliveira, atual diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, ao seu gabinete da presidência da Câmara de Vereadores de Campo Grande na segunda-feira, 30.
Ao jornal, o parlamentar afirmou que a visita não estava marcada. Apesar disso, Oliveira, investigado na CPI do Transporte Público pelo serviço precário e suspeitas de irregularidades cometidas em contrato bilionário junto à Prefeitura de Campo Grande, foi recebido e atendido pelo chefe de gabinete de Papy.
“Acho que ele deu azar de encontrar alguém do Midiamax na porta. Eu não estava lá, ele não me ligou, não combinou comigo. Por isso que falei: não era agenda. Talvez ele tentou encontrar alguém lá de supetão, não sei”, afirmou o presidente da Casa de Leis.
Papy ainda supôs que a visita seria destinada ao presidente da CPI, vereador Livio Leite (União), o que não foi confirmado pelo parlamentar.
“Eu suponho que ele tenha tentado falar com o Lívio lá. Eu acho que ele tentou encontrar alguém da CPI”, afirmou.
Procurado pela reportagem na terça-feira (1º) após o registro do flagrante, Livio negou qualquer iniciativa por parte do consórcio em contato com integrantes da CPI, e classificou como natural o contato “institucional” do diretor-presidente da empresa com o chefe do legislativo.
Papy classifica como ‘normal’
Quem visita as dependências da Casa de Leis no período da tarde, sabe que muitos gabinetes sequer estão abertos. Isso porque as atividades parlamentares se concentram no período da manhã, horário em que os vereadores despacham com servidores, atendem cidadãos e participam de agendas como as sessões parlamentares.
Apesar de permanecer aberta das 7h às 18h, a Câmara concentra no período vespertino demandas administrativas. Foi exatamente isso que chamou atenção na visita de Themis, que não ficou sem atendimento.
Ao se dirigir até a sala da presidência, encontrou o chefe de gabinete, que prontamente lhe recepcionou. O encontro aconteceu por volta das 15h.
“Ele falou com o chefe da presidência, que é o normal. O chefe de gabinete da presidência toca minha agenda lá quando eu não estou. É normal, qualquer presidente, né?”, explicou Papy, reafirmando que só ficou sabendo que Themis não saiu da Câmara sem atendimento, graças à repercussão do Midiamax. “Também vi na notícia”, pontuou.
Conhecido de longa data
Segundo Papy, a relação com Themis de Oliveira não é recente. “É um conhecido meu, desde o tempo da Águas. Da Câmara inteira. É um cara muito conhecido lá na Câmara. Uma pessoa muito querida por todo mundo”, afirmou.
O presidente da Câmara garantiu que, apesar do ‘chefão do consórcio milionário’ estar sob investigação, não vê qualquer problema em recebê-lo para conversar.
“Se combinasse também, eu atenderia numa boa, assim como atendi a Agereg, atendi a Agetran, todos estiveram lá, falaram comigo, fizeram reunião, para se posicionar, para se colocar à disposição. Todos foram lá, falaram comigo. Falaram com as pessoas da CPI também. Eu não vejo problema nisso, de ilegalidade”, afirmou.
Contudo, apesar de não ver problemas na visita do comando do consórcio investigado, Papy manteve a avaliação de que o flagrante não caiu bem. “Nesse daí, um puta azar, porque eu não estava lá e ele ainda foi visto saindo na porta”, disse.
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