Após a falta da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, à reunião da Comissão de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), presidente da CAPADR, condenou a atitude da ministra.
Marina iria para prestar esclarecimentos, na manhã desta quarta-feira (7). Nogueira, autor do requerimento de convocação, disse que a ministra desrespeitou a comissão ao faltar e não atender pedido para remarcar o encontro.
“Ao meu lado era para estar a senhora Marina Silva ministra do Meio Ambiente. A ministra foi chamada a dar explicações sobre sua presença em um ato que ataca diretamente o setor produtivo rural, sobre o número recorde de queimadas, sobre a explosão da degradação da Amazônia, sobre o travamento da aprovação de defensivos agrícolas”, afirmou Nogueira.
Ela responderia sobre o aumento de queimadas e de desmatamento na Amazônia, multas ambientais, sobre o impacto ambiental da realização da COP 30, em Belém (PA), e sobre o apoio ao acampamento Terra Livre – realizado em abril deste ano.
A ministra também recebeu requerimento pela comissão a pedido do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES). Ainda não há nova data para a audiência.

Nogueira diz que Marina Silva quis “se esconder”
Conforme o parlamentar sul-mato-grossense, os temas da reunião com a ministra “são temas urgentes que afetam diretamente quem produz, gera emprego e sustenta a economia do país”, ressaltou.
Nogueira lamentou a falta da ministra e disse que ela prefere usar os compromissos da agenda para se esconder. O deputado continua suas críticas ao dizer que esperava que a ministra tivesse mais respeito ao parlamento.
“O que se espera de um representante do poder executivo é respeito ao parlamento, diálogo com a sociedade e responsabilidade com o cargo que ocupa. Ao se recusar a comparecer, a ministra despreza essa comissão, todos os brasileiros que exigem respostas. A ministra confirma que não está disposta a prestar contas sobre os erros e omissões do Ministério do Meio Ambiente e isso é inadmissível e garanto que adotaremos as medidas cabíveis”, finalizou.
Marina Silva participou da abertura do segundo dia da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, nesta quarta-feira, em Brasília.
Ministra seria ouvida na comissão
Segundo Evair Vieira de Melo, para receber a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), está em construção, em região que atravessa uma área protegida da Amazônia, uma rodovia de quatro pistas de 13 km de extensão.
A obra tem, conforme o parlamentar, gerado preocupações devido ao seu potencial impacto ambiental, incluindo o desmatamento de áreas sensíveis e a fragmentação de habitats essenciais para a biodiversidade local.
“A ministra Marina Silva já se manifestou anteriormente sobre a necessidade de avaliações ambientais rigorosas para projetos de infraestrutura na Amazônia”, afirmou.

Incêndios florestais
Além disso, ele quer que a ministra esclareça quais ações estão sendo adotadas para mitigar os incêndios ambientais que, segundo ele, foram recorde em 2024. O Brasil registrou, em 2024, 278.229 focos de incêndio, um crescimento de 46% em relação a 2023 – o maior patamar desde 2010.
Conforme dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, a degradação da Amazônia Legal apresentou crescimento de 482% em 2025. Para Nogueira, isto reforça a necessidade da presença de Marina Silva para esclarecimentos.
Finalmente, ele menciona que o Ibama bateu recorde de arrecadação com multas ambientais. “É urgente que a ministra explique por que o Ibama tem agido como uma verdadeira máquina de punições”, avalia Rodolfo Nogueira.
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