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Política

Deputado aponta falha no atendimento à jornalista vítima de feminicídio em Campo Grande

Parlamentar defendeu a escolta obrigatória para vítimas, indicando o momento de fragilidade para a mulher tomar decisões
Marcus Moura, Mariane Chianezi -
Deputado quer mudança em protocolo de atendimento às vítimas. (Fotos: Alems/Reprodução)

O deputado estadual Coronel David (PL) quer uma investigação sobre o atendimento à jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, morta pelo ex-companheiro a facadas nesta quarta-feira (12), em Campo Grande, logo após registrar um boletim de ocorrência e solicitar uma medida protetiva. Para o parlamentar, houve falha no atendimento à vítima.

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O parlamentar afirma que a vítima não tinha condições de decidir sobre a escolta. Assim, questiona o protocolo de atendimento. “Uma vítima que acabou de passar por uma violência não tem condições de decidir isso. Se esse é o protocolo hoje, nós precisamos mudar. Não dá para colocar essa responsabilidade nas mãos de quem está fragilizada, em situação de vulnerabilidade”, afirmou.

O deputado defende uma investigação e punição para os agentes públicos que falharam no caso. “O cara tinha 11 registros de , por que ele não estava preso? Por que ele não havia matado ninguém? Precisa matar alguém para ficar preso? Quem errou na Casa da Mulher Brasileira? Lá tem Delegacia, Ministério Público, Juizado, ninguém viu isso?”, questiona.

“A vítima não tem conhecimento sobre segurança. Não se pode deixar a vítima decidir isso, quem tem que decidir é a autoridade policial. Precisamos saber quem falhou e pedir punição, independentemente de quem seja”, ressalta o parlamentar.

Coronel David ainda questionou a quantidade de discursos gerados pelo caso entre as autoridades. “Essas coisas precisam ser resolvidas, a gente não pode ficar se lamentando sem fazer nada. Hoje, eu exigi providências do presidente (da Assembleia Legislativa). Precisamos investigar quem falhou neste caso porque as pessoas estão morrendo, as mulheres estão morrendo.”

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O deputado é autor da Lei nº 5.038, que criou o Cadastro Estadual de Pedófilos em Mato Grosso do Sul, ferramenta que dá à população o acesso completo ao banco de dados dos criminosos. Questionado sobre a possibilidade de criar um cadastro para agressores de mulheres e feminicidas, o deputado afirmou que a ferramenta ajudaria, mas que o problema é mais profundo.

“Essa questão envolve educação, precisa partir primeiro de dentro de casa. Nós, pais e mães, temos a obrigação de ensinar nossos filhos que homem não é dono da mulher dentro de uma relação e vice-versa. O cadastro ajudaria muito, mas o problema da violência doméstica exige um enfrentamento mais profundo”, finaliza.

Vanessa é a primeira vítima de em , e a segunda no Estado em 2025.

Músico disfarçou calma para ficar sozinho com jornalista

Caio do Nascimento Pereira, feminicida no caso da jornalista Vanessa Ricarte, disfarçou calma e disse que aceitava o fim do relacionamento. Mas o que veio a seguir foram facadas desferidas contra Vanessa.

Vanessa tinha voltado da delegacia, onde foi buscar a medida protetiva contra Caio, que não recebeu a intimação a tempo, quando se deparou com o músico na residência. A jornalista estava na companhia de um amigo, já que havia dispensado, na Deam, o abrigo e a polícia para buscar seus pertences em casa.

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Antes de matar jornalista a facadas, noivo divulgou fotos 

Conforme o relato de Vanessa, o noivo fez postagens, sem que ela soubesse e sem sua autorização, de fotos privadas dela no Instagram. Nas legendas das fotos publicadas por Caio, ele a injuriou, dizendo que a jornalista seria atriz pornô e que estava em uma plataforma de vídeos adultos com vários codinomes.

Conforme o relato de Vanessa, ele usou de subterfúgio para que ela permitisse que ele a fotografasse nua. Segundo ela, o músico teria dito que a jornalista estava com o corpo todo cheio de hematomas. 

Criminoso tinha 11 passagens pela Polícia

Caio acumulava 11 registros por violência doméstica. Os boletins de ocorrência de violência doméstica começaram a ser registrados em 2020.

Em um dos casos, uma ex-namorada foi parar na Santa Casa depois de ser agredida pelo músico. A ex-namorada agredida teve queimaduras no rosto e braços, do que parecia ser fricção no asfalto.

A filha da vítima na época relatou que a mãe foi agredida pelo seu ex-namorado na casa dele e que teria pego um motorista de aplicativo até sua casa, momento em que o ex-namorado chegou pilotando uma motocicleta logo atrás da vítima. Ela, então, ligou para a polícia e o agressor fugiu do local.

Brilhante e independente: amigos repudiam feminicídio

Uma mulher forte, brilhante e inspiração para muitos. Vanessa Ricarte era uma jornalista, pós-graduada, chefe de comunicação de um importante órgão público. Nenhuma dessas características foi suficiente para impedir que ela entrasse para estatísticas.

Amigos e todos os que a conheciam estão desolados, cheios de insegurança e questionamentos. O de Mato Grosso do Sul está em luto e evidenciando o quão fora do perfil de vítimas era Vanessa. Mas, mais uma vez, o crime mostra que agressores não têm perfil, não têm cara e estão mais perto do que a gente pode imaginar.

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