O Consórcio Guaicurus não apresentou fluxo de caixa dos últimos 13 anos sobre as atividades do transporte coletivo em Campo Grande. A alegação é do diretor-presidente da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), José Mario Nunes da Silva. Ele participa de oitiva na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio nesta segunda-feira (5).
“Até hoje o Consórcio não nos apresentou fluxo de caixa”. Assim, destacou que é “impossível saber se estão tendo prejuízo grande” sem os dados de comprovação.
O Consórcio insiste em apontar prejuízo financeiro e move ações judiciais na tentativa de aumentar o preço da tarifa dos ônibus. No entanto, os empresários de ônibus de Campo Grande são o verdadeiro exemplo do ‘mau negócio’ que rende milhões. Na verdade, bilhões.
O Midiamax noticia série de reportagens sobre a realidade dos ônibus de transporte público em Campo Grande. Goteiras, superlotação, frota sucateada e falta de acessibilidade estão entre os principais desafios enfrentados pelos usuários do Consórcio Guaicurus.
Multa
O diretor-presidente disse que solicitaram os dados há mais de dois meses. “Mandamos ofício ao Consócio em fevereiro”. Pediram informes do fluxo de caixa de 2012 até 2024.
Portanto, destacou que houve cobrança dos dados. “Isso se tornará multa caso não apresente”, afirmou José Mário.
Ademais, o representante da Agereg pontuou que o Consórcio “não chegará a lugar nenhum sem fluxo de caixa”.

Ouvidoria
Conforme o presidente da Agereg, a ouvidoria possui equipe com visita nas garagens das empresas do Consórcio. Então, explicou que a equipe está apurando a questão dos elevadores e até retirando de circulação ônibus ultrapassados.
“Se ver que está fora do prazo de contrato, tem que ser substituído por um novo veículo”, afirmou. O serviço serve de apoio a auditoria do consórcio Guaicurus.
Por fim, destacou que o TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) terminou em 31 de dezembro.
Fatos determinados

A CPI pretende investigar três fatos determinados. Além disso, o objeto de apuração é a junção de dois requerimentos de abertura da CPI, propostos por Junior Coringa (MDB) e Lívio Leite (União).
Integram o grupo da CPI os vereadores: Lívio Leite (União) como presidente, Ana Porela (PL) como relatora, Luiza Ribeiro (PT), Maicon Nogueira (PP) e Junior Coringa (MDB) como membros.
Então, confira os fatos determinados:
- A utilização de frota com idade média e máxima dentro do limite contratual e o estado de conservação dos veículos nos últimos cinco anos;
- O equilíbrio financeiro contratual após a aplicação dos subsídios públicos concedidos pelo Executivo Municipal de Campo Grande à empresa concessionária, por meio das Leis Complementares 519/2024 e 537/2024;
- A fiscalização feita pela Prefeitura Municipal, pela Agereg e pela Agetran no serviço de transporte público prestado pela concessionária após a assinatura do TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) perante o TCE-MS, em novembro de 2020.