Dois dias após a desaprovação do governo Lula disparar a 56%, de acordo com pesquisa Genial/Quaest, outro levantamento, desta vez do Datafolha, apontou que a rejeição ao petista parou de crescer e que, inclusive, venceria todos os candidatos em um eventual segundo turno. Segundo dados divulgados, no último sábado (5), o atual presidente ganharia de concorrentes como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT).
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O Datafolha entrevistou 3.054 pessoas, com 16 anos ou mais, em 172 municípios, entre terça (1º) e quinta-feira (3). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Em Mato Grosso do Sul, parte da bancada federal aponta que o cenário político estaria indefinido ou que a pesquisa não teria demonstrado a realidade do país. Já parlamentar da base do Governo Federal defende que o resultado seria reflexo das políticas adotadas por Lula.
O Midiamax entrou em contato com toda a bancada federal para perguntar o posicionamento sobre a pesquisa do Datafolha. Todos as notas foram inseridas na íntegra. O espaço segue aberto para os demais. Confira as respostas:
Senador Nelsinho Trad (PSD)

O parlamentar do partido de Gilberto Kassab acredita que o cenário econômico no país é decisivo para os eleitores. “Pesquisas são instrumentos importantes, retratam o momento. O governo tem a máquina nas mãos e isso naturalmente influencia a percepção da população em certos períodos. Mas a realidade do brasileiro — inflação alta, serviços públicos precários e insegurança jurídica — continua sendo um fator decisivo.
A oposição tem o dever de apresentar soluções concretas e seguir firme na defesa dos valores que acreditamos: liberdade, responsabilidade fiscal e respeito à família brasileira”, finaliza.
Deputado federal Geraldo Rezende (PSDB)
O tucano defende que a corrida eleitoral para presidente em 2026 está indefinida e que, portanto, haveria espaço para uma “terceira via”, que fuja do lulismo ou bolsonarismo.

“Eu acredito que essa pesquisa mostra claramente que o cenário político está indefinido para 2026. E no nosso caso, o PSDB, eu acredito que dá uma luz para a gente continuar firme no movimento de construção de uma candidatura de centro.
Mostra que os dois extremos estão muito bem posicionados, tanto o lulapetismo como o bolsonarismo, mas que há um espaço muito importante para construir uma candidatura que contrapõe a esses dois polos.
Pessoalmente, eu vou me envolver, seja dentro do PSDB ou no futuro partido onde viremos nos abrigar, já que nós estamos num processo de rediscussão dos rumos do PSDB, nesse novo partido que a gente optar por continuar fazendo nossa militância partidária, eu vou descer. Defender uma terceira via para que a gente possa sair dessa polarização odiosa que se encontra hoje na política brasileira”, aponta.
Deputado federal Marcos Pollon (PL)
O deputado do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro coloca em xeque a confiabilidade das pesquisas eleitorais, tomando como exemplo a experiência pessoal, em 2022, quando disputou a cadeira em Brasília.
“O número, se você pagar o tanto o suficiente, ele fala até a verdade, ali é uma manobra muito simples de pesquisa e eu posso te dar alguns elementos, eles colocaram vários candidatos da direita e só o Lula da esquerda, então você concentra a voz, a intenção de voto no caso.

Além disso, a estabilização da desaprovação se deu porque ele ficou uma semana no Japão, então quando ele não fala a popularidade dele para de cair, quando ele fala, continua caindo. Em relação a pesquisa, em especial, a gente tem que olhar com muito cuidado porque quando a pesquisa é feita séria ela dá números confiáveis.
No entanto, existe a manipulação de pesquisa para votar. Manipulação de dados. Vou te dar um exemplo. Em 2022, até um mês antes da eleição, eu não figurei com nenhuma pesquisa. Na semana de eleição, eu estava em trigésimo e fiquei em primeiro. Atualmente, nas majoritárias, eu não apareço nem para governador e nem para senador.
Algo similar ao que aconteceu lá em 2022. Então, se for tratado com seriedade, com responsabilidade, eu creio que os números podem ser um indicativo. E a gente tem visto, que hoje o Bolsonaro venceria o Lula no primeiro turno, a Michelle venceria o Lula, o Tarcísio venceria o Lula. É claro que os nossos candidatos se chamam Jair Mestres Bolsonaro, mas só para mostrar diversidade de cenário”, aponta.
Deputada federal Camila Jara (PT)
A parlamentar da base do governo defende uma ótica diferente para a análise dos números e que o presidente Lula tem o melhor plano de governo.
“As pesquisas mostram muito o cenário de recorte do momento e um dado interessante, que eu acho que tem sido explorado muito pouco pela mídia, é que existe uma rejeição ao presidente Lula, que tem crescido, mas tem uma rejeição às instituições no geral. É um contexto de descontentamento geral com as instituições que lideram a sociedade, se a gente for analisar o que essas pesquisas têm revelado, é com a política de uma forma geral. E é normal, porque nós temos que dar conta de respostas a mudanças muito grandes que estão acontecendo e que precisam ser respondidas.
Então, com as atuais medidas do Governo Federal, como a rejeição do imposto de renda, como zerar a taxa para importação de alguns produtos, são algumas respostas que a gente consegue sentir alguns efeitos a curto prazo, e o que já reflete da popularidade do presidente. Mas agora a reforma do imposto de renda, a grande conquista que nós estamos tendo para a população brasileira, nunca se fez nesse país justiça tributária.

E é a justiça tributária que vai fazer com que a gente consiga enfrentar o maior problema que a gente tem, que é a nossa desigualdade social. É a nossa desigualdade social que faz com que a gente sinta grande diferença no preço do mercado para quem ganha R$ 100 mil e para quem ganha um salário mínimo. Então, nós precisamos encarar esse problema de frente e isso nunca foi feito no país.
Então, quando a gente consegue inverter a nossa carga tributária, que hoje quem ganha menos no nosso país é quem paga mais imposto, e a gente consegue falar, ‘não, não dá mais para a gente fazer isso’, a gente realmente começa a mudar as estruturas Então, esse é um grande avanço e já está refletindo nas pesquisas.
E sobre o Lula ser o melhor presidente, é porque ele é o melhor candidato. Todos os candidatos que estão sendo colocados não têm um projeto de país. Não tem um projeto de país que faça com que a gente consiga, então, resolver esses problemas e essas crises estruturais que a população está. Então, ele, mal ou bem, não é o que consegue, então, dar conta de resolver todos esses problemas e a avaliação negativa está representando tudo isso, mas ele é o que tem o melhor projeto dentre todos esses candidatos.
Agora, a gente tem que avaliar, enquanto sociedade, por que a gente não deu conta de fazer surgir um programa que consiga analisar e refletir todos esses problemas que a gente enfrenta no século XXI. A política está muito atrasada nessa discussão e a gente precisa, então, entender qual projeto a gente vai apresentar para o Brasil que nos conecte com essa problemática, que dê conta de fazer com que as pessoas possam se desenvolver e dê cabo de acabar com as nossas desigualdades”, finaliza.
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