Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram, na sessão ordinária desta terça-feira (8), uma moção de apoio à concessão de anistia aos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Após várias discussões sobre o tema, a moção de apoio Nº 7 recebeu 17 votos favoráveis, sete contrários e cinco abstenções.
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A matéria foi proposta pela bancada do PL – composta pelos vereadores Ana Portela, André Salineiro e Rafael Tavares -, sigla de Jair Bolsonaro. O ex-presidente e outros sete se tornaram réus no fim de março, acusados de liderar os atos antidemocráticos que culminaram nos ataques à Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Em defesa da matéria, o vereador Rafael Tavares reforçou o discurso da ala conservadora sobre qual seria o perfil dos que foram presos nas manifestações no Distrito Federal.
“Uma pauta que é muito importante, principalmente para as senhoras que estão presas, pelos pais de família que estão presos, muitos sem qualquer antecedente criminal […] gostaria de dizer o seguinte: os políticos do nosso país que não apoiarem uma anistia humanitária como essa serão lembrados na história do nosso país como pessoas que não deram suporte a esses inocentes presos políticos no momento”, declarou.
Já a bancada do PT votou contra a moção de apoio. A vereadora Luiza Ribeiro fez críticas às falas do vereador Wilson Lands (Avante), que se declarou a favor da moção. Além disso, defendeu que todos devem ser julgados perante à Justiça.
“Quem comete crime, faz coisas erradas, vai ser tratado tudo igual. Não é porque é filhinho de papai. Esses ‘bolsonaros’ são tudo filho de rico, nunca trabalhou, viveu a vida inteira na praia […] agora vamos ficar envolvidos em um Brasil que precisa discutir coisas sérias, como resolver os problemas de Campo Grande, agora discutindo anistia para bandido?”, questionou a vereadora.
O líder da prefeita na Câmara de Vereadores, Beto Avelar (PP), abordou na fala sobre a dosimetria das penas, tópico que tem sido recorrente nos discursos de políticos que defendem a revisão das condenações. “Eu concordo plenamente que as penas… uma pessoa vai lá e picha com batom: 14 anos de cadeia. Então sou contra isso, essas penas altas, mas não posso ser contra a pessoa que de sã consciência foi lá, deteriorou um patrimônio nacional e, principalmente, colocou em risco a nossa democracia”, ponderou.
No painel da Câmara constou que todos os 29 vereadores marcaram presença no momento da votação. O parlamentar Otávio Trad (PSD) acompanhou a sessão remotamente. O “sim” significa que o vereador aprova a moção de apoio a anistia, enquanto o “não” indica que o parlamentar desaprova a matéria.
Confira como votou cada vereador de Campo Grande sobre a moção de apoio à anistia aos envolvidos no 8 de janeiro:
- Ana Portela (PL) – Sim
- André Salineiro (PL) – Sim
- Beto Avelar (PP) – Não
- Carlão (PSB) – Sim
- Clodoilson Pires (Podemos) – Sim
- Delei Pinheiro (PP) – Não
- Dr. Jamal (MDB) – Não votou
- Dr. Lívio (União Brasil) – Não votou
- Dr. Victor Rocha (PSDB) – Sim
- Fábio Rocha (União Brasil) – Sim
- Flávio Cabo Almi (PSDB) – Não
- Herculano Borges (Republicanos) – Sim
- Jean Ferreira (PT) – Não
- Junior Coringa (MDB) – Não votou
- Landmark (PT) – Não
- Leinha (Avante) – Sim
- Luiza Ribeiro (PT) – Não
- Maicon Nogueira (PP) – Sim
- Marquinhos Trad (PDT) – Não
- Neto Santos (Republicanos) – Sim
- Otávio Trad (PSD) – Sim
- Papy (PSDB) – Se abstém por estar presidindo a sessão
- Professor Juari (PSDB) – Sim
- Professor Riverton (PP) – Sim
- Rafael Tavares (PL) – Sim
- Ronilço Guerreiro (Podemos) – Sim
- Silvio Pitu (PSDB) – Não votou
- Veterinário Francisco (União Brasil) – Sim
- Wilson Lands (Avante) – Sim

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