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Política

Caso aprovada, intervenção ao Consórcio Guaicurus pode durar até 210 dias

Medida quer reparar caos no transporte público de Campo Grande após suposta negligência de empresários que lucram com serviço
Vinicios Araujo -
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Ônibus dos Consórcio Guaicurus (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

A proposta de intervenção ao contrato de concessão do transporte coletivo de firmado com o Consórcio Guaicurus pode durar até 210 dias, caso seja aprovada pelo Poder Executivo.

A solicitação é da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a precariedade do serviço de mobilidade urbana na Capital, cuja responsabilidade recai sobre o acordo firmado em 2012 com o grupo bilionário.

O pedido tem sido articulado pelo vereador Maicon Nogueira (PP), que defende a intervenção imediata ao contrato, como forma de reparar o caos causado por suposta negligência de empresários ao longo dos 12 anos de concessão.

A CPI reuniu mais 600 denúncias contra a precariedade do serviço, marcado pelo sucateamento da frota, descumprimento de cláusulas contratuais e descaso com o usuário campo-grandense.

Serviço acumula reclamações por parte de usuários. (Foto: Ilustrativa – Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Rito de intervenção

Caso aprovada, a intervenção iniciaria com a etapa primária de 30 dias de intervenção. Nessa fase a administração municipal assume a operação do transporte municipal, enquanto apura os elementos de acusação contra a concessionária.

Caso sejam confirmados os indícios de irregularidade, um procedimento administrativo é aberto para extensão do processo interventivo. O prazo desta medida é de até 180 dias.

Diante da robustez das eventuais constatações contra o grupo que responde pelo transporte coletivo, o contrato, de 30 anos iniciado em 2012, pode ser rescindido, livrando o Poder Público das multas previstas no acordo.

“Somente não haverá se ficar provado, com clareza, que concessionária é 100% responsável pela causa que levou à intervenção. O contrato prevê dezenas de direitos e obrigações. As duas partes alegam descumprimentos há vários anos, por isso se estiver sendo pensada, a intervenção deve ser estudada e formalizada com muito zelo e técnica uma vez que tudo poderá ser questionado perante o Judiciário.”, explica o constitucionalista André Borges.

Borges destaca ainda que se houver alguma falha ou ilegalidade ao longo do processo de intervenção, a medida pode gerar indenização em favor da concessionária. “Porque o contrato de concessão tem valor bilionário. É um dos maiores, ao lado do contrato da empresa do lixo”, destaca o especialista.

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Vereador Maicon Nogueira (Divulgação, CMCG)

Cautela

O vereador Maicon Nogueira, por sua vez, propõe uma análise com cautela sobre os riscos.
Ele trata a intervenção como um “remédio duro”, necessário para “garantir que o serviço essencial de transporte coletivo não continue sofrendo interrupções e falhas graves, como infelizmente temos presenciado”.

“Essa narrativa de “multa bilionária” precisa ser tratada com cautela. A intervenção, como prevista na legislação, não rompe o contrato — ela apenas suspende temporariamente a gestão da concessionária, para assegurar a continuidade do serviço. Por isso, não se confunde com encampação ou rescisão, hipóteses que podem, sim, gerar indenizações vultosas. A intervenção é um remédio duro, mas juridicamente menos gravoso, justamente porque preserva o contrato. Caminhos existem para minimizar riscos ao erário, desde que a medida seja tomada com técnica, transparência e fundamentação robusta, como já demonstrado pela CPI”, afirma o parlamentar.

O vereador disse ao Jornal Midiamax que tem se empenhado na articulação junto ao Executivo para que a intervenção se concretize. Ele justifica dizendo que a realidade dos problemas é incontornável.

Contudo, reconhece que não se trata de uma decisão política simples.

“A intervenção exige um decreto do Poder Concedente, designação de interventor, definição de prazo e objetivos claros, tudo amparado em lei. Ou seja, há um rito a ser cumprido. Do ponto de vista político e jurídico, o debate já está maduro. Do ponto de vista prático, cabe ao Executivo avaliar o melhor momento e as condições”, afirmou.

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