A deputada federal sul-mato-grossense Camila Jara (PT) virou alvo de representação na corregedoria da Câmara dos Deputados por quebra de decoro com pedido de suspensão cautelar do mandato. A medida se baseia na suposta agressão da congressista contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), durante a ocupação da Mesa Diretora, na noite de quarta-feira (6).
✅ Clique aqui para seguir o Jornal Midiamax no Instagram
Os dois trocaram um empurra-empurra que viralizou na internet. Políticos bolsonaristas ocuparam o plenário da Câmara Federal nos dias 5 e 6 de agosto em uma tentativa de pressionar a votação do projeto da Anistia, aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A oposição iniciou uma mobilização depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a cumprir prisão domiciliar por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) após o descumprimento de medidas cautelares, como uso de redes sociais de terceiros para participar das manifestações no último domingo (5).
Após a briga entre os deputados, os partidos Novo e PL protocolaram um documento contra Camila Jara, nesta sexta-feira (8). O líder do Partido Liberal na Casa de Leis, Sóstenes Cavalcante (PL), afirmou que a “agressão covarde contra o deputado Nikolas Ferreira não ficará impune”.
O político defende que o vídeo mostra um “um golpe pelas costas”, “um deputado caído” e “uma deputada rindo e zombando depois”.
As imagens mostram quando Nikolas foi segurado por colegas quando se desequilibra. A deputada se aproxima pela lateral e, ao mesmo tempo, o presidente da Mesa Diretora, Hugo Motta (Republicanos-PB), se levanta e empurra a cadeira para atrás, na direção do deputado mineiro.
“Violência NÃO é argumento. Imunidade parlamentar não é salvo-conduto pra agressão. Estamos vigilantes. E vamos até o fim”, prometeu o líder do PL.
Camila nega confissão
Após a repercussão do vídeo publicado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), a deputada Camila Jara nega que tenha confessado uma agressão, como aponta o colega parlamentar em publicação no Instagram, após o empurra-empurra na Câmara Federal.
Em nota, a parlamentar explica que a gravação do vídeo aconteceu na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), durante o evento do PNE (Plano Nacional de Educação) — que contou, inclusive, com a presença da deputada federal Tabata Amaral (PSD-SP).
“Na gravação, Camila conversa de forma descontraída sobre um conselho que ouvia da mãe na infância — de não bater nos colegas, mesmo quando discordasse — e que leva como princípio. A pergunta ‘como está Camila?’ referia-se ao seu estado de saúde após o tratamento contra o câncer de tireoide”, traz o texto.
‘Narrativa falsa’
Assim, a deputada alega que Nikolas tenta construir uma narrativa falsa e utiliza uma “máquina de ataques e ódio da extrema-direita”. Em entrevista na manhã desta sexta-feira (8), a deputada chegou a comentar sobre a reação ao vídeo.
“Eles querem inviabilizar até as nossas brincadeiras. Tipo, a mamãe ensina que a gente não pode bater no coleguinha na Câmara. Às vezes dá vontade? Dá vontade, mas não vamos bater nos coleguinhas, tá bom?”, opinou.
Além disso, ela contou que os deputados do PL formaram uma barreira na Mesa Diretora da Câmara e impediam outros parlamentares de ter acesso ao local. Camila foi a única que conseguiu furar a barreira, após ter que passar por baixo das pernas do deputado Zé Trovão (PL-SC).
💬 Fale com os jornalistas do Midiamax
Tem alguma denúncia, flagrante, reclamação ou sugestão de pauta para o Jornal Midiamax?
🗣️ Envie direto para nossos jornalistas pelo WhatsApp (67) 99207-4330. O sigilo está garantido na lei.
✅ Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar nas redes sociais:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.