A senadora por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP), questionou a restituição aos pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) após operação nesta quarta-feira (23). A PF (Polícia Federal) e a CGU (Controladoria-Geral da União) deflagraram a Operação ‘Sem Desconto’ contra esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias. Cerca de R$ 6 bilhões teriam sido desviados.
“Aposentadorias e pensões transformadas em ferraris, rolls-royce, joias, obras de arte, além de milhares de euros, dólares. Detalhe: e a restituição aos lesados? Ninguém sabe, ninguém viu, será “caso a caso, um dia”, disseram há pouco as autoridades do governo Lula 3”, comentou a senadora.
Para Tereza, a situação se classifica como “um escândalo gigante de corrupção”. Assim, disse que “mesmo depois das denúncias de descontos ilegais nas aposentadorias, que o Legislativo enviou ao TCU em 2023, mais do que dobrou o valor desviado em 2024 via contracheques do INSS”.
Tereza criticou a falta de suspensão dos descontos. “A companheirada que domina a administração do maior caixa federal simplesmente nunca determinou a suspensão sumária desses descontos fraudulentos! Não há defesa para isso!”, argumentou.
Nesta quarta-feira (23), o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, assumiu ‘inteira responsabilidade’ pela indicação de Alessandro Stefanutto como chefe do INSS.
Contudo, Tereza apontou que “o ministro Lupi preferiu passar essa responsabilidade para os idosos, que muitas vezes não sabem nem usar as ferramentas virtuais”. Além disso, afirmou que os descontos não foram suspensos “para não colocar em xeque o tradicional esquema de financiamento que alimenta a rede sindical! Simples assim!”.
Operação em MS
As investigações da Operação ‘Sem Desconto’ identificaram que 72% das entidades não possuíam estruturas operacionais para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários do INSS. Além de não entregarem as documentações necessárias.
A operação, deflagrada na manhã desta quarta-feira (23), visa combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS. Assim, nas investigações, iniciadas em 2023 pela CGU (Controladoria-Geral da União), 1.300 aposentados passaram por entrevista. Boa parte deles não sabia que havia descontos em suas folhas de pagamento.
“Mais de 90% deles não reconheciam ter autorizado esses descontos. Inclusive, alguns só ficaram sabendo que estavam sendo descontados durante a entrevista”, disse o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho.
Foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, além de seis mandados de prisão temporária – sendo três cumpridos e três alvos foragidos – nos estados de Mato Grosso do Sul, Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, além do Distrito Federal.