Passados quase dois anos desde a obra e R$ 2,8 milhões gastos, trecho no Lago do Amor voltou a desmoronar com a chuva nesta terça-feira (18). Para o secretário da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Marcelo Miglioli, obra não teve falhas e problema ‘vai além da engenharia’.
Em entrevista nesta quarta-feira (19) no Lago do Amor, Miglioli disse que empresa responsável pela obra não cometeu imprudência na execução. Para ele, há um problema ambiental que precisa ser solucionado primeiro antes de novo trabalho de engenharia ser pensado para o trecho.
“Eu poderia resolver a questão de engenharia aqui facilmente, mas gerou um problema ambiental no lago. Então, não dá para ser irresponsável. Não houve falha na execução da obra, não podemos ser irresponsáveis”, disse.
Adriane Lopes (PP) disse que uma reunião com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) será realizada para buscar soluções ambientais para o problema antes de nova obra de engenharia. Miglioli disse que solução seria baixar o nível do lago para dar vazão às águas de chuva.
“O ideal é abaixar o nível do lago, porque o lago funciona como uma bacia de armazenagem como estamos fazendo em outras bacias da cidade. Mas entra a questão ambiental. Essa obra, era criar uma comporta que quando tivesse a previsão de chuva, abaixasse o nível do lago, mas quando teve uma chuva torrencial, [como a] de ontem, não tem como controlar. Aqui o problema é de engenharia e ambiental”.
A obra no Lago do Amor foi orçada em R$ 2,8 milhões e foi executada pela empresa CCO Infraestrutura LTDA. A obra incluia recomposição estrutural do aterro, vertedouro, muro de contenção e seus complementos, na avenida Filinto Muller.
Ainda na entrevista, o secretário não falou em prazos e disse que outros trechos afetados pela chuva desta terça-feira (18) estão sendo estudados para evitar novos problemas, como na Avenida Guaicurus.

Rapaz buscava filhos quando ponte no Lago do Amor desabou
Durante o temporal da terça-feira (18), Lucas Ribeiro, de 29 anos, foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros após ficar preso na enxurrada. Ele voltava para casa após o trabalho e seguia para buscar os filhos na creche, quando sua bicicleta foi arrastada pela água.
Sua esposa, Marinalva Kaiana Rondon, de 32 anos, esteve na área afetada nesta manhã para tentar recuperar a bicicleta e documentos perdidos. Ao Midiamax, ela informou que o marido esta na ala vermelha da Santa Casa, devido a uma fratura na perna.
“Ele trabalha aqui do lado do HU com pintura. Como moramos perto, ele vai e volta de bicicleta. Na hora que ele estava passando, aconteceu o desabamento”, explica.
Conforme Marinalva, ela soube do incidente através da creche do filho, após o marido não aparecer para buscar as crianças.
“A gente tem que chegar às seis e pouco da tarde em casa. Aí eu cheguei, eles não estavam e meu marido ficou responsável de pegar meu filho. Fui correndo para a creche e quando cheguei lá, recebi a informação. Ele faz esse percurso diariamente, mas infelizmente aconteceu essa fatalidade. Graças a Deus, não teve nada grave”, conta.
*Matéria editada às 14h14 para correção do valor da obra. Apesar do projeto básico ser orçado em R$ 3.880.427,10, a obra acabou revisada para R$ 2.859.234,27, conforme a Sisep.