Após flagra de nomes escritos em dinheiro, promotor pede cassação de vereador em Corumbá

Polícia Federal apreendeu 172 recibos preenchidos à mão que atestam pagamentos de R$ 23 mil a eleitores

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(Polícia Federal, Reprodução) | (TSE, Reprodução)

O MPE (Ministério Público Eleitoral de Mato Grosso do Sul) pediu a cassação do mandato do vereador eleito em Corumbá, Matheus Cazarin (PSB). Em setembro, faltando poucos dias para eleições municipais de 2024, a irmã do vereador foi flagrada com dinheiro com nomes escritos à mão com caneta, que seriam destinados para a compra de votos.

Conforme consta na representação feita pelo promotor Rodrigo Corrêa Amaro, da 7ª Zona Eleitoral, o então candidato teria prometido e entregado vantagem patrimonial a eleitores com fim de obtenção de voto e apoio para a campanha.

As investigações de Polícia Federal identificaram que no dia 20 de setembro uma mulher, irmã do candidato, pega e assina recibos para outros moradores. Na abordagem, foram apreendidos 172 recibos preenchidos à mão e R$ 3.650 em dinheiro.

Os recibos indicaram pagamentos que variavam de R$ 150 a R$ 450. Segundo relatório da Polícia Federal, o material apreendido foi analisado e foi atestado o pagamento de R$ 23,3 mil aos eleitores de Corumbá.

“Registra-se que o numerário contido nos recibos não tinha o escopo de demonstrar a prestação de serviços para ato de campanha do representado, e sim para a obtenção direta de votos do eleitorado, porquanto não há registro de despesa desse importe com pessoal na prestação de contas do candidato […] constando apenas o gasto de R$ 3 mil, nem identificação dessas mesmas pessoas como fornecedores de serviço; inclusive, tais fatos também foram objeto de apontamento pela Polícia Federal nos supracitados relatórios”, diz promotor.

O promotor ainda destaca que ‘pouco importa’ que o vereador eleito alegue eventualmente que não entregou nem prometeu diretamente aos eleitores o dinheiro, pois a conduta tinha seu conhecimento. O relatório indicou troca de mensagens entre o vereador e a irmã, onde ele questiona o pagamento a um dos moradores.

“O fato é que Matheus arquitetou junto a irmã, Laura Cristinne Vieira Pereira Guedes, e demais lideranças, o expediente ilícito com o fim específico de obter os votos, e tais condutas somente ocorreram graças à participação e anuência do representado – inclusive tomando conhecimento e registrando os eleitores cooptados, eis que responsável pela transferência do dinheiro para a sua ajudante”, diz representação.

Por fim, o promotor requere pela cassação da diplomação do vereador, pagamento de multa e da declaração de inelegibilidade.

Ao Midiamax, a defesa do vereador disse que ainda não foi intimada/citada e que caso ainda não foi analisado. O vereador Matheus Cazarin também foi acionado, mas não respondeu até o fechamento do material. O espaço segue aberto para manifestação. Ele foi eleito vereador em Corumbá com 956 votos.

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