O acordo que garantiu ao presidente Hugo Motta, do Republicanos, as condições de assumir a mesa do Plenário da Câmara dos Deputados em Brasília em meio à obstrução por deputados bolsonaristas, teria sido firmado não pelo chefe do Legislativo federal, mas em sua presença. A afirmação é do deputado federal Rodolfo Nogueira, do PL de Mato Grosso do Sul.
Após a liberação do plenário, Motta negou ter firmado acordo e disse que as atribuições da presidência, que incluem estabelecer as pautas das sessões ordinárias, não são negociáveis nem com a oposição nem com a base governista.
Entretanto, o deputado Rodolfo Nogueira — que preside a Comissão de Agricultura na Câmara — assegurou ao Midiamax que foi estabelecido acordo para inclusão de dois temas cruciais para desobstrução do plenário: o fim do foro privilegiado e a anistia ampla aos condenados dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023.
“O acordo foi firmado entre os líderes de 5 partidos na presença do presidente. Em momento algum falamos que o acordo foi feito pelo presidente Hugo Mota”, disse o deputado, ao ser confrontado sobre as negativas de Motta em relação ao acordo.
O parlamentar ressaltou que o enfraquecimento do presidente da Câmara neste momento “não seria prudente” vindo da oposição.
Pedido de desculpas
Após a manifestação negativa de Motta, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, pediu desculpas públicas ao presidente da Casa, dizendo que não houve tentativa de chantagem ao comando do Legislativo.
Ele reiterou que a negociação se restringiu aos líderes partidários.
Sobre isso, Rodolfo afirmou que o pedido partiu de uma manifestação pessoal do líder do PL e não representou a comissão de todos os deputados mobilizados na obstrução dos trabalhos legislativos.
Quem também se viu envolvido no embaraço foi Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Casa Baixa, que recebeu em seu gabinete Sóstenes, acompanhado dos deputados Elmar Nascimento (União-BA), Antonio Britto (PSD-BA), Dr. Luizinho (PP-RJ), Mendonça Filho (União-PE) e Marco Feliciano (PL-SP). A informação foi dada pela colunista Malu Gaspar, de O Globo.
O encontro que precedeu a desobstrução do plenário não teve a presença e nem o consentimento de Motta, atual chefe do Legislativo, conforme fontes consultadas pela CNN Brasil.
A pressão de Motta para liberação do plenário teria envolvido ameaça de suspensão dos mandatos. Quanto às eventuais consequências do movimento encampado por bolsonaristas, Rodolfo Nogueira afirmou que não acredita que haverá punições.
“Não acredito que o presidente Hugo Motta irá suspender os mandatos de 80 deputados eleitos pelo povo e com suas prerrogativas constitucionais. O protesto foi legítimo e o acordo feito com as lideranças também”, disse.
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