Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande devem votar, na próxima quinta-feira (5), dois projetos que tratam sobre o Carnaval da Capital. Uma das propostas visa criar a Frente Parlamentar de Defesa do Carnaval e a segunda para incluir o Carnaval no calendário de atos oficiais do Município.
A intenção das medidas é trazer mais garantias de apoio do poder público para a realização dos eventos, justificando a preparação antecedente, a destinação de recursos, a organização e o empenho maior.
De acordo com a vereadora Luiza Ribeiro (PT) – que deve compor a frente parlamentar com os vereadores Valdir Gomes (PP) e Ronilço Guerreiro (Podemos) – todos os anos, quando se aproxima do Carnaval, vive-se a indecisão se haverá apoio do poder público, o tamanho desse investimento, se a rota dos blocos de rua é permitida, entre outros questionamentos.
“O problema é como a cidade encara o Carnaval. Nós estamos chegando num ponto que o Carnaval virou incômodo para cidade, isso é uma barbaridade. E aí então nós estamos colocando o Carnaval no calendário oficial de Campo Grande até para criar já uma responsabilização dos próximos gestores com esta data e também criando ações parlamentar aqui para fazer a defesa do Carnaval”, ela explicou.
O presidente da Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande), Alan Catharinelli, acompanhou com expectativa a sessão desta terça-feira (3), mas a votação dos projetos foi transferida para quinta-feira devido a ajustes no texto. Ele explica que a Capital conta, atualmente, com sete escolas de samba, e que a preparação para o Carnaval ocorre o ano inteiro e não somente próximo à data festiva.
Parte dos recursos para custear o desfile vem de arrecadação das escolas de samba e outra parte vem de verba pública da Prefeitura de Campo Grande e do Governo do Estado.
“O nosso Carnaval é baseado em planejamento, então a verba que dependemos do Estado quanto da Prefeitura não pode só vir na época do Carnaval, tem que vir com antecedência e é isso que nós estamos pleiteando. Essa é a nossa grande dificuldade também. E também da gente ter o nosso espaço consolidado, o nosso sambódromo, essencial para que a gente possa desenvolver o nosso Carnaval”, ele afirma.
A ideia é que o sambódromo seja implementado na Praça do Papa, onde tradicionalmente já ocorrem os desfiles anualmente. Segundo o presidente da liga, cerca de duas mil pessoas trabalham no evento todos os anos, entre colaboradores das escolas de samba e os cerca de 500 contratados pela própria Lienca.
Um dado relembrado pelo presidente da liga foi que o Carnaval movimentou mais de R$ 20 milhões no comércio de Campo Grande, deste ano, segundo dados da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas).
Para o Carnaval de 2024, as escolas de samba receberam R$ 440 mil de recursos da Prefeitura de Campo Grande e R$ 1,2 milhão do Governo Do Estado. O pedido para o evento de 2025 é que o valor repassado pelo município suba para R$ 490 mil. Outro apelo da liga é que o recurso seja liberado com alguns meses de antecedência, antes de virar o ano.
“O planejamento é muito grande das escolas de samba, da liga, porque são inúmeras contratações, tem que fazer as compras, tem que confeccionar as fantasias, isso não se faz na hora. São muitas pessoas envolvidas nos barracões […] toda a parte artística, desenvolvimento, adereços, serralheria, é uma equipe muito grande. Uma escola de samba fica de manhã, a tarde e a noite”, ressalta.
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