Vereador de Sidrolândia quer abrir comissão processante para investigar prefeita Vanda Camilo
Segundo parlamentar, requerimento será apresentado na sessão de terça-feira (16)
Thalya Godoy –
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O vereador Enelvo Felini Junior (PSDB) promete protocolar um requerimento de abertura de uma Comissão Processante contra a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP). Em conversa com o Midiamax, o parlamentar afirmou que o documento será apresentado na sessão de terça-feira (16). “Vou protocolar o pedido amanhã. A gente coloca a comissão processante para votação e com os vereadores que acatarem a gente abre a comissão”, explicou.
O parlamentar já havia manifestado ao Midiamax, na sessão da última terça-feira (9), o interesse em abrir uma comissão processante contra a chefe do poder executivo após os últimos desdobramentos da Operação Tromper, que investiga suposto esquema criminoso que desviava recursos públicos.
“São várias as irregularidades que foram constatadas em Sidrolândia. Essas licitações com fraudes, prisões, prisão do próprio genro dela, que é de dentro da casa dela”, disse na sessão passada.
Serão necessárias assinaturas de cinco vereadores da Casa de Lei do município, a 70 km de Campo Grande, para que a Comissão Processante seja aberta.
O parlamentar afirma que, até o momento, já conseguiu parte do apoio necessário e que espera a anuência dos demais vereadores de oposição até o fim da tarde desta segunda-feira (15).
Além disso, Enelvo também cita o desejo de afastamento de Vanda Camilo à frente da Prefeitura, mas para isso precisaria do apoio de outros 9 colegas.
“Com cinco assinaturas já abre a comissão processante. Depois, se for fazer o afastamento da prefeita Vanda, o que eu acho que é necessário nesse momento que estamos passando, precisaria de 10 votos”, explica.
O Midiamax tentou falar com a prefeita Vanda Camilo por telefone, mas não conseguiu contato. O espaço consegue aberto para futuras manifestações.
Escândalos de corrupção
A Prefeitura de Sidrolândia está envolvida em escândalos após a deflagração da Operação Tromper, que investiga possíveis fraudes de corrupção na gestão municipal.
O genro da prefeita, vereador Claudinho Serra (PSDB), foi preso no dia 3 de abril, acusado de ser o suposto mentor do esquema criminoso que desviava recursos públicos na época em que foi secretário de Fazenda.
Em outubro do ano passado, também em decorrência da Operação Tromper, o relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), pedia abertura de Comissão Processante por irregularidades e indícios de improbidade administrativa.
O relatório apontava indícios de ilegalidades em três contratos. Havia suspeita de dano ao erário, direcionamento e obras contratadas que não foram executadas.
Apesar do relatório, Vanda escapou de investigação por ter, à época, maioria dos vereadores na sua base de apoio na Câmara.
Vereador preso
Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB) foi preso após mandado de prisão autorizado pela Justiça por suspeitas de esquema de corrupção, durante a terceira fase da Operação Tromper. Não foi encontrada arma durante busca e apreensão na casa do vereador, em um condomínio da Capital.
O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo. Ele foi um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.
Foram cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).
A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.
Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.
A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.
Operação Tromper
Nas duas primeiras fases da Operação Tromper, os agentes investigaram corrupção na prefeitura de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande.
Durante as investigações, foi descoberto, segundo o Gecoc, conluio entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, que somados chegam a valores milionários.
Ainda segundo as apurações, também foi investigada a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.
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