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Política

Testemunhas dizem que PMs que mataram ex-vereador após briga em festa seriam seguranças de ex-prefeito

Um deles também tinha outro 'bico': prestava serviço de manutenção de ar-condicionado na Câmara de Anastácio
Gabriel Maymone -
Valdeci (esquerda) e Bruno seriam capangas do ex-prefeito Douglas Figueiredo; defesa nega (Montagem, reprodução)

Os dois PMs envolvidos na morte do ex-vereador de , Wander da Silva Vital, o Dinho Vital, de 40 anos, estariam realizando serviço de segurança particular ao ex-prefeito do município, Douglas Figueiredo, que discutiu com a vítima momentos antes do ocorrido. É o que afirmam moradores, políticos e testemunhas que estavam no evento de comemoração aos 59 anos da cidade.

Relatos são de que o sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos acompanhavam, armados, o ex-prefeito Douglas Figueiredo desde a hora que ele chegou até o momento que deixou o local. “Tempo todo estava com os seguranças dele, onde ia levava esses dois”, relatou um político ouvido pelo Jornal Midiamax, que estava no evento e preferiu não se identificar, por medo.

Um servidor da prefeitura que também preferiu o anonimato relatou medo da situação: “Ele [Douglas] pode mandar matar qualquer um e falar que foi confronto”, questiona, já que a morte de Dinho foi registrada como ‘confronto’, apesar de ter sido morto com dois tiros, sendo um nas costas.

Boletim de ocorrência do caso foi registrado como ‘homicídio decorrente de oposição a intervenção policial’, ou seja, confronto com a polícia. Porém, a Corregedoria da PM abriu procedimento para apurar o envolvimento dos dois PMs envolvidos.

Ex-vereador Dinho Vital (Divulgação, Alems)

‘Bico’ de técnico de ar-condicionado

Um dos PMs que estaria fazendo a segurança de Douglas, o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos, também fazia ‘bico’ de manutenção de ar-condicionado para a Câmara Municipal de Anastácio. O contrato foi feito com a empresa Tecnofrios, que está em nome da esposa de Bruno.

Para o serviço, recebia valores entre R$ 3,8 mil e R$ 4,5 mil mensal, dependendo dos serviços prestados no mês.

No entanto, após o ocorrido, o presidente da Casa Ademir Alves (PSD) decidiu encerrar o contrato. “Não seria legal ele estar no meio da gente depois do ocorrido. Ele vinha prestar serviço nas horas vagas. Jurídico já está cuidando disso”, informou à reportagem.

O advogado Lucas Arguelho Rocha, que faz a defesa dos dois PMs no caso, disse à reportagem que não tinha conhecimento sobre o ‘bico’ de Bruno como técnico de ar-condicionado na Câmara Municipal, mas que iria se inteirar da questão.

Já quanto ao fato dos dois PMs serem capangas do ex-prefeito, a defesa argumenta que um deles sequer conhecia Douglas. Já o outro PM teria ‘uma certa amizade’.

“Um deles foi convidado por um amigo para ir à festa e o outro estava auxiliando na sonorização da banda e estava até com crachá profissional. Não estavam prestando segurança ao ex-prefeito ou ninguém”, argumenta, negando também a versão de várias testemunhas que afirmam terem visto os dois PMs acompanhando Douglas na saída da festa. “Não saiu com nenhum dos policiais, eles permaneceram no ambiente”.

Câmara Municipal de Anastácio (Divulgação, Câmara de Anastácio)

‘A missão era matar’: políticos tratam caso de ex-vereador Dinho como execução em MS

Políticos e pessoas que estavam presentes no evento ouvidos pelo Jornal Midiamax não concordam com a tese da polícia. “Mataram com tiro nas costas, armaram tudo, a missão deles era matar o Dinho”, disse um político que estava na festa, mas pediu anonimato por também temer pela sua segurança.

Conforme relatos de testemunhas, Dinho não estava armado na festa e, em nenhum momento, proferiu ameaças contra o ex-prefeito, Douglas.

O que dizem várias testemunhas diverge da versão oficial da polícia. Quem presenciou o crime afirma que os PMs à paisana que estavam armados e ao lado do ex-prefeito a todo momento o acompanhou para fora do local após a discussão. “O ex-prefeito estava a alguns metros do local da festa, não estava nem no trevo ainda, quando voltaram lá [os PMs] e mataram o cara”, pontua o político.

Outro ponto que gerou revolta da população foi o fato de que os PMs envolvidos na morte de Dinho ingeriram bebida alcoólica durante o evento e, estariam sob efeito de álcool durante a execução.

Quem presenciou a briga afirmou que tudo não passou de uma discussão política, uma vez que os dois trabalharam juntos anteriormente. “Foi só uma discussão, ninguém tinha tirado arma, nem houve ameaça. Dinho chamava o ex-prefeito de corrupto, que não cumpriu com ele”, lamentou um político.

Dinho também foi secretário municipal em Anastácio (Foto: O Pantaneiro e Arquivo Pessoal)

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