“Eu sou bolsonarista e não admito racismo de nenhuma forma”, pontuou o deputado Coronel David (PL) sobre o caso da segunda-feira (11). A afirmação foi feita após a agressão de uma menina de 4 anos por um pai, em escola municipal de Campo Grande, começar a ser vinculada ao bolsonarismo.

Segundo o deputado, os comentários vinculando a atitude do homem com bolsonaristas ‘caem por terra’. “Essa teoria por si só já cai por terra”, disse. David afirmou que “racismo tem que se condenar em sua plenitude, não se pode permitir esse comportamento na sociedade”.

Um homem de 31 anos invadiu uma escola municipal no bairro Universitário, onde agrediu a diretora e uma criança de quatro anos, na manhã da segunda-feira (11). Segundo o registro policial, o pai queria entrar na escola, porém estava sendo impedido pela diretora.

Ele teria insistido para entrar e segurou a diretora pelo braço com força para ir até onde o filho dele estava. Assim, o homem foi onde estava o filho, empurrou a menina de 4 anos, falou algo, apontou o dedo para a criança e saiu da escola com o filho.

Posteriormente, ele retornou à escola com o filho e entraram na sala da diretora. Segundo o registro policial, o pai dizia diversas vezes para o filho bater na coleguinha, caso ela se aproximasse dele.

Postagem suástica

homem que agrediu uma menina de 4 anos, em uma escola municipal de Campo Grande, na segunda-feira (11), tem postagens de cunho racista nas redes sociais, com suástica, símbolo nazista.

Em uma delas, postada no dia 11 de outubro, época de eleições presidenciais, além de legenda contra o Partido dos Trabalhadores (PT), uma foto com duas impressões também foi compartilhada. Nos papéis, um deles com símbolo nazista e o outro com um desenho de uma arma de fogo, a legenda de ‘Morte a negrada’.

Vale lembrar que racismo e apologia ao nazismo são crimes, com penas de um a três anos de reclusão e multa.

Alegou que filho tem fobia a abraço

Segundo o depoimento do pai na DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), o homem falou que ficou nervoso com a situação, já que havia pedido para a professora afastar a menina de perto de seu filho, mas que nada foi feito.

Ele ainda disse à polícia que também fez o mesmo pedido para a diretora da escola, mas nada foi feito. Com isso, ele começou a ficar nervoso e falou que iria entrar para afastar as crianças, tendo sido impedido pela diretora. Na sequência, ele empurrou a diretora e foi até onde estava a menina, afastando de seu filho, pegou o menino e foi embora. 

Depois de sair da escola, ele voltou com o menino. Dessa forma, foi até a sala da diretora, que estava registrando o ocorrido em ata escolar. Já na sala da diretora, ele teria dito ao filho que se caso a menina ou qualquer outra criança se aproximasse dele, ele poderia bater. 

A Guarda Civil Metropolitana foi acionada e conduziu os envolvidos para a delegacia, onde foi lavrado um Termo Circunstancial de Ocorrência. 

Além da oitiva dos envolvidos e de testemunhas, foi analisado o vídeo da câmera de monitoramento da escola. Segundo a polícia, não surgiu qualquer indício de racismo.