Réu por corrupção, Claudinho Serra emenda licença com atestado médico por mais 30 dias
Vereador tucano está há cinco meses sem frequentar as sessões da Câmara de Vereadores
Thalya Godoy –
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O vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), apresentou, na manhã desta sexta-feira (13), um atestado médico de 30 dias à Câmara de Vereadores. Assim, o tucano réu por corrupção deve ficar pelo menos mais um mês afastado das atividades da Casa de Leis. A informação foi confirmada pelo procurador jurídico da Câmara de Vereadores, Gustavo Lazzari, e pelo presidente da Mesa Diretora, vereador Carlão (PSB).
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O parlamentar completa cinco meses sem participar de sessões desde que foi preso em 3 abril deste ano, na terceira fase da operação Tromper. Ele ficou detido por 23 dias e virou réu no processo acusado de chefiar esquema de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia, município que tem como prefeita a sogra de Serra, a Vanda Camilo (PP).
Claudinho Serra recebeu liberdade mediante uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher e de outras medidas cautelares em 26 de abril. Desde lá, Serra apresentou um atestado médico de 30 dias por “abalo psicológico” e emendou com uma licença para tratar de assuntos particulares por 120 dias, que encerrou na quinta-feira (12).
Com a apresentação do novo atestado médico, o vereador fica afastado até pelo menos outubro, pouco depois do primeiro turno, e recebe 15 dias de salário pago pela Câmara de Vereadores. A outra quinzena deve ser paga pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Com a continuação do afastamento de Serra da Casa de Leis, o oitavo suplente do PSDB, Gian Sandim, deve permanecer na vaga.
Fora da corrida eleitoral
Claudinho Serra não tentará a reeleição em 2024. O tucano é réu em ação penal sob acusação de chefiar esquema de corrupção em Sidrolândia – a 73 km de Campo Grande –, cuja prefeita é sua sogra Vanda Camilo (PP), que tenta a reeleição.
Assim, o prazo eleitoral para registro de candidatura terminou sem o envio dos documentos de Claudinho Serra. Logo, ele não concorrerá.
O tucano está com tornozeleira eletrônica desde 26 de abril, após ficar 23 dias preso em Campo Grande. Desde maio, Claudinho está de licença não remunerada para ‘tratar de assuntos particulares’.
Tratado como pupilo de lideranças tucanas nas últimas eleições, Claudinho havia conquistado apenas 3.616 votos, ficando só com a 2ª suplência do PSDB. Só assumiu uma cadeira após manobras do partido.
Saiba mais – Chapa ‘inflada’ do PSDB para vereador em Campo Grande preocupou investigados por corrupção, revela Gaeco
Primeiro, com o titular do mandato, João Cesar Mattogrosso, assumindo cargo no governo do Estado. Assim, o 1º suplente, Ademir Santana, foi chamado. Depois, o vereador João Rocha assumiu também um cargo no governo. Então, Claudinho assumiu como suplente em maio de 2023.
Por fim, conseguiu o mandato em definitivo quando Ademir Santana renunciou ao cargo alegando que deixava a vaga para a qual foi eleito para se dedicar à campanha eleitoral do PSDB. Ademir renunciou e entregou a vaga para Claudinho um mês antes da deflagração da Operação Tromper.
Comandou esquema de corrupção em Sidrolândia
O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo. Está implicado nas investigações da 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Claudinho Serra e outros 21 viraram réus, em 19 de abril, após o juiz da Vara Criminal da comarca de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, aceitar a denúncia apresentada pelo MPMS.
O vereador é acusado de chefiar um suposto esquema de corrupção e de fraudes a licitações enquanto era o chefe da Secretaria de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia, durante a gestão da sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP).
Investigações do Gecoc e delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva apontam supostas fraudes em diferentes setores da Prefeitura de Sidrolândia, como no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, abastecimento da frota de veículos e repasses para Serra feitos por empresários. Os valores variaram de 10% a 30% do valor do contrato, a depender do tipo de “mesada”.
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