Pular para o conteúdo
Política

Presidente do STJ encerra sessão e julgamento de Chadid é adiado mais uma vez

Nova denúncia pode tornar ex-conselheiro do TCE-MS réu por lavagem de dinheiro
Dândara Genelhú -
conselheiro chadid stj
Conselheiro está afastado após operação policial contra corrupção. (Reprodução)

Pela sétima vez, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) adiou o julgamento da nova denúncia que pode tornar Ronaldo Chadid réu por . A presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis, encerrou a sessão desta quarta-feira (19) que poderia julgar o ex-conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de ).

No término da sessão, a ministra alegou que estava atrasada para outro compromisso. “Tendo em vista nosso horário, nossa necessidade de eventos institucionais, que já estão acontecendo, eu agradeço a presença de todos encerrada esta sessão. Nós teremos ainda a nossa sessão de encerramento em 1º de julho, às 9h”, disse.

Assim, o julgamento do ex-conselheiro afastado após operação policial pode ser pautado na próxima sessão da Corte Especial do STJ. A sessão ocorre em 1º de julho, quando encerram os trabalhos do primeiro semestre de 2024.

A Corte do STJ entra em recesso e deve retomar os trabalhos em 1º de agosto, segundo o calendário de reuniões.

Sete adiamentos do STJ

Com o sétimo adiamento do julgamento, Chadid pode ter decisão sobre a nova denúncia apenas no segundo semestre de 2024. Isso porque, caso não seja julgada na próxima sessão e adiada pela 8ª vez, o julgamento pode ficar para 1º de agosto.

Em março, o ministro Francisco Falcão votou favorável para tornar réu o conselheiro afastado. Apesar do voto do relator, um pedido de vista adiou novamente a decisão.

Essa sessão, presidida pelo ministro Og Fernandes, contou com sustentação oral da defesa de Chadid e da assessora Thais Xavier. Na defesa do conselheiro, Gustavo Henrique Badaró afirmou que “não se sabe de onde foi extraído [o dinheiro], porque a própria autoridade policial não tem segurança para fazer esta afirmação”.

Já a advogada da assessora, Nara Nishizawa, defendeu que “Thais nunca soube qual o conteúdo dessa mala” e destacou que no objeto foram encontradas “só há digitais do senhor Chadid”.

Nova denúncia contra Chadid

A Corte Especial do STJ definirá se Chadid e a assessora se tornam réus por nova denúncia. Em novembro de 2023, o Superior Tribunal aceitou novo fato sobre a denúncia contra o conselheiro.

Desde dezembro de 2022, até o momento, o conselheiro segue afastado do TCE-MS, bem como Waldir Neves Barbosa e Iran Coelho das Neves. Os três também são monitorados por tornozeleira eletrônica desde a Operação Terceirização de Ouro.

O novo fato aumenta de 5 para 6 o número de atos de lavagem de dinheiro denunciados pelo Ministério. Inicialmente, o MPF apontou que Chadid praticou o crime por 6 vezes e Thais por 5.

No entanto, pediu o aditamento da denúncia para aumentar para 6 o número de práticas do crime que teriam sido cometidos pela assessora do conselheiro. A defesa de Thais lembrou que 5 delitos de lavagem foram associados à assessora, “referente à compra dos já citados cinco eletrodomésticos”.

Então, pediu que o novo fato não fosse acrescentado na denúncia, afirmando que o Ministério não descreveu “satisfatoriamente o ato criminoso na denúncia”.

Mais de R$ 1,6 milhão em espécie

No entanto, o ministro Falcão destacou que “em diversas vezes o MPF fez menção ao fato de que a denunciada Thais Xavier mantinha em seu apartamento grande quantia de dinheiro em espécie, que seria de propriedade do também denunciado Ronaldo Chadid”.

Na decisão, o ministro lembrou que a Polícia Federal apreendeu mais de R$ 1,6 milhão em espécie nas duas residências. Foram R$ 889.660,00 na casa do conselheiro do TCE-MS e outros R$ 729.600,00 no apartamento de Thais.

Conforme a decisão, o MPF argumentou que apesar dos cinco apontamentos de crime de lavagem, os fatos narrados concluem que são seis o número de crimes cometidos. “Dada a necessidade de incidência da modalidade ‘ocultar’ em relação aos valores em espécie”, declarou.

Portanto, destacou que “nada de irregular há na conduta da acusação, prevista expressamente na legislação processual, desde que ‘antes de proferida sentença’ no feito e possibilitado aos acusados o exercício do contraditório e da ampla defesa”. Afirmou que a defesa foi intimada para se manifestar sobre o ponto e emitiu parecer.

Por fim, decidiu que é “cabível o aditamento da denúncia” e disse que o recebimento da denúncia “caberá à Corte Especial analisar a questão”.

Operação Terceirização de Ouro

Em 8 de dezembro de 2022, a PF (Polícia Federal) deflagrou a Operação Terceirização de Ouro, um desdobramento da Mineração de Ouro, realizada em junho de 2021. Com apoio da Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União), foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e mais quatro cidades brasileiras.

As investigações apontaram uso de pessoas jurídicas vinculadas à participação no certame para contratação de empresas com licitações fraudulentas. Assim, entre as estratégias utilizadas para vencer as licitações, estava a agilidade na tramitação do procedimento.

Além de exigência de qualificação técnica desnecessária ao cumprimento do objeto. Por fim, faziam contratação conjunta de serviços completamente distintos em um mesmo certame e apresentação de atestado de capacidade técnica falsificado.

Um dos contratos investigados, com a Dataeasy Consultoria e Informática, supera R$ 100 mil. A corte suspendeu os pagamentos à empresa após a operação e, ao fim do termo, encerrou o vínculo.

Os conselheiros afastados do TCE-MS, Iran Coelho das Neves, Ronaldo Chadid e Waldir Neves, foram afastados inicialmente por 180 dias. Eles tiveram redução de até 88,5% nos salários após a ação da PF.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
FOTO CASAL

Liberdade patrimonial: como a mudança de regras do STF impacta casamentos após os 70? 

Aditivo de contrato é válido por mais 12 meses. (Foto: Reprodução/PMTL)

Três Lagoas celebra 110 anos neste domingo com show gratuito de Maiara e Maraisa

Vida longa de animais de estimação depende de cuidados essenciais; saiba quais

Por descontos indevidos, Justiça condena associação a indenizar aposentado em R$ 16,9 mil

Notícias mais lidas agora

Subprodutos e reduflação

De subprodutos a reduflação, fome e vulnerabilidade viram lucro para indústria alimentícia

Secretários de MS seguem em Israel e passaram a noite em bunker

VÍDEO: Menino de dois anos corre para abraçar mãe após disparo acidental em MS

Bêbado, homem é preso após bater carro em poste e atirar contra o veículo

Últimas Notícias

MidiaMAIS

Espetáculo de Circo Science chega a Campo Grande nesta semana

Apresentação mistura circo contemporâneo, dança, música e manifesto social

Política

Secretários de MS seguem em Israel e passaram a noite em bunker

Mais de 200 lançamentos de foguetes foram relatados durante a noite e alertas foram emitidos

Cotidiano

De subprodutos a reduflação, fome e vulnerabilidade viram lucro para indústria alimentícia

Mistura láctea, óleo composto e embalagens menores, mas com o mesmo preço; entenda o que está por trás da nova cara dos alimentos

Mundo

Helicóptero cai na Índia e deixa 7 mortos dias após acidente aéreo matar 270 pessoas no país

Aeronave transportava peregrinos hindus