Políticos de Mato Grosso do Sul decidiram se manifestar contra a abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar ações do padre Júlio Lancellotti junto às ONGS (Organizações Não Governamentais) que atuam no centro de .

Na tarde desta sexta-feira (5), notas de repúdio foram publicadas em defesa do religioso. A ministra do Orçamento e Planejamento do Brasil, Simone Tebet, usou as redes sociais para falar sobre o assunto e classificou a criação do grupo como “autopromoção eleitoral”.

“Nossa solidariedade ao Padre Júlio Lancellotti, que faz da sua palavra uma ação cotidiana. Seu trabalho em defesa da população em situação de rua e sua atuação crítica devem ser valorizados, pois nos ajudam a sair da zona de conforto e a avançar nas políticas públicas”, escreveu.

“O uso de CPI como forma de autopromoção eleitoral, conteúdos caluniosos nas redes sociais na busca por likes em detrimento da verdade e o debate que desqualifica moralmente o oponente com objetivos eminentemente eleitoreiros merecem nosso repúdio. É preciso subir a régua da política nacional”, completou.

A Camila Jara (PT), também se manifestou e disse que “o povo de Cristo no Brasil precisa voltar a ser conhecido por defender quem mais precisa, como fazia Dom Hélder , arcebispo de Olinda e nos anos 90 e nosso patrono dos Direitos Humanos. Mas há uma minoria barulhenta que age como cegos guiando cegos”.

“De tanto espalhar as fake news da perseguição dos cristãos, a extrema-direita conseguiu finalmente torna-la real. Quem diria que eles seriam os responsáveis por perseguir um padre de 75 anos, que há 40 dedica a vida a cuidar das pessoas que vivem na rua?”, questionou.

CPI das ONGs

O objetivo da CPI, articulada na Câmara de São Paulo, é investigar organizações não governamentais que desenvolvem trabalhos na Cracolândia, região central de São Paulo. As assinaturas necessárias já foram recolhidas. A previsão é de que a Comissão seja instaurada em fevereiro, após recesso parlamentar.

O padre é acusado de promover uma “máfia da miséria”, que “explora os dependentes químicos do centro da capital”. Entre as suposições, está a de que essas organizações recebem dinheiro público para distribuir alimentos, kit de higiene e itens para o uso de drogas, prática conhecida como política de redução de danos à população em situação de rua.