Deputada tucana diz que discurso de vereador de Dourados é homofóbico e estuda ação jurídica

Sérgio Nogueira reafirma críticas ao governador do RS, mas nega crime

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Deputada acompanhou sessão da Câmara em Dourados (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Presente na sessão desta segunda-feira (20) na Câmara Municipal de Dourados, a deputada estadual e presidente do PSDB Mulher em Mato Grosso do Sul, Lia Nogueira, disse que a fala do pastor e vereador Sérgio Nogueira tem sentido homofóbico. A parlamentar disse que o partido estuda uma ação jurídica contra ele.

Ao lado do vereador Diogo Castilho (PSDB), que protocolou na Câmara pedido para que a Comissão de Ética analise a fala do parlamentar, Lia disse que o comportamento do ex-colega tucano, que também é líder do prefeito, pode ser enquadrado em pelo menos três crimes: calúnia, difamação e homofobia.

“Estamos no mês de combate à homofobia e não podemos ter um parlamentar falando dessa forma. Foi um posicionamento infeliz, mas pelo histórico a gente já sabe como ele é”, disse a deputada. Ela relembra uma antiga fala de Sérgio, em 2014, quando o pastor sugeriu colocar gays em uma ilha.

Ainda segundo a deputada, como Sérgio Nogueira também fez críticas direcionadas ao PSDB, partido ao qual permaneceu até o mês passado, a direção nacional da legenda, o  PSDB Mulher e a diversidade tucana irão se posicionar e que a equipe jurídica analisa o discurso.

Para autor da denúncia na Comissão de Ética, Diogo Castilho (PSDB), a fala de Nogueira não pode ficar sem nenhuma resposta. “Por mais que os vereadores tenham imunidade durante os pronunciamentos na tribuna, é preciso ter respeito com as pessoas e arcar com o que se fala”, disse Castilho.

‘Não cuspa no prato que comeu’

Na plenária o vereador Rogério Yuri havia ocupado a tribuna na Câmara para protestar contra o discurso de Sérgio. “Eu gostaria que se retratasse ao partido que nos ajudou a chegar aqui, chegamos juntos pelo PSDB, recebemos, inclusive, doações do partido, então não cuspa no prato que comeu”, afirmou Yuri.

Para ele, o pastor e vereador está querendo inflamar a direita radical para criar novo factoide e assim estar na mídia. “Acho que o senhor foi indelicado, porque não é primeiro-damo, é primeiro-cavalheiro”, corrigiu.

Na mesma linha de críticas, outros vereadores também se manifestaram. Entre eles Tânia Cristina (PSDB). Na sessão anterior ela  já havia repudiado a fala de Sérgio e voltou a destacar que ele foi infeliz, bem como o vereador Fábio Luis (Republicanos), ligado ao movimento da direita.

‘Temos que ter respeito’

Ele disse que foi cobrado a se posicionar e no plenário afirmou que a fala de Sérgio “não é ser de direita, não é ser conservador e nem ser bolsonarista. Acima de tudo temos que ter respeito, educação e seguir a lei”, declarou Fábio Luis.

Após o pronunciamento dos colegas, o vereador Sérgio Nogueira voltou a se pronunciar em plenária. Durante sua fala, voltou a fazer críticas à gestão de Eduardo Leite, ressaltanto que o mesmo tem responsabilidades no que está acontecendo no Rio Grande do Sul.

Entretanto, com citações de jornais locais e também às publicações feitas pela mídia nacional, negou que tenha cometido homofobia ao dizer que fazer referência ao marido do goverandor Eduardo Leite como ‘primeiro-damo’. “Foi só eu que o chamei de primeiro-damo?”, se defendeu o vereador.

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Foto ilustrativa | Reprodução