‘Delegado’ do Confep (Conselho Federal Parlamentar), João Andrade, teve a pré-candidatura como vereador retirada pelo PL (Partido Liberal), às vésperas da convenção partidária em Campo Grande.

Ao Jornal Midiamax, o agora ex-pré-candidato afirma que nunca teve atritos diretos com o PSDB, mas explica que já havia se manifestado publicamente contra apoiar o deputado Beto Pereira à prefeitura de Campo Grande. Por isso, pondera se medida estaria ligada ou não a questões políticas com a aliança tucana.

“Diretamente nunca tive nenhum atrito [com alguém do PSDB], só fiz matérias nas redes sociais dizendo que eu não tiraria foto com o Beto Pereira. Disse isso na rede social. Na verdade, eu falei isso, e no final o partido nos forçou, disse que uniu e que tinha que tirar foto com ele, que a gente tinha que apoiar ele. Só que fui lá e tirei foto com ele, mas não postei. Tirei foto por cortesia, não postei, não sei se o fato de não postar interviu em alguma coisa”, analisa.

Entenda o caso

No entanto, o ‘delegado’ adjunto do Confep (Conselho Federal Parlamentar) diz que a justificativa do PL para retirar a sua pré-candidatura como vereador teria sido uma acusação de que ele se apresentaria indevidamente como delegado. A medida aconteceu às vésperas da convenção partidária, que ocorre nesta sexta-feira (2).

Segundo João Andrade, a entidade representativa dos delegados de polícia teria encaminhado um ofício na última quarta-feira (31) para o PL, cobrando providências para “impedir que indivíduo que não é delegado de polícia se aproprie indevidamente do nome da nossa carreira, se candidatando como delegado”, conforme consta no documento encaminhado por João à reportagem.

As supostas irregularidades apontadas pelo documento estariam relacionadas aos conteúdos publicados em rede social, como o uso do termo ‘delegado’, uso de distintivo e de vestimentas semelhantes aos de delegados de polícia. 

João Andrade com trajes do Confep e que foram apontadas como semelhantes aos de delegados de polícia. (Arquivo Pessoal)

João Andrade contesta as acusações e afirma que todo o conteúdo publicado em redes sociais estão conforme a lei e são acompanhadas pelo Confep. As roupas, inclusive, afirma que foram entregues pelo próprio Confep, instituição ligada ao Ministério da Justiça. Ele foi empossado no cargo em abril de 2023. 

“Eu tenho a minha funcional, tenho atribuição para isso, meu cargo na minha funcional é de delegado, então é uma coisa muito confusa porque o termo delegado tem um significado. Em latim, significa um ‘enviado ou representante’. Por exemplo, você é representante de um sindicato, você pode ser denominado como delegado de um sindicato. O termo delegado não é específico, não é como, por exemplo, o cargo de ministro, que você pode usar o termo sem ocupar o cargo, mas se você é delegado, pode usar. Não é uma usurpação”, explicou. 

Uma nota de esclarecimento assinada pelo presidente do Confep, Dr. Alberto Tineu Junior, foi endereçada ao diretório estadual do PL, afirmando que “o cargo ao qual foi investido advém do ato de ‘delegar’, que de fato, foi exatamente o que o Confep fez. Delegou ao Sr. João Manoel, o ato de realizar ações voltadas ao interesse público no referido estado […] O mesmo (João Manoel) sempre afirmou, inclusive em suas redes sociais, que é ‘delegado do Confep’, e sim, esta afirmação é verídica”, diz trecho do documento.

O Midiamax solicitou uma nota sobre o assunto para o presidente estadual do PL, o tenente Portela, mas até a publicação da matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.  

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