“CPI das Bets”, requerida por Soraya Thronicke, deve ouvir Gusttavo Lima e outros nomes ligados a apostas

A convocação foi aprovada nesta terça-feira (26), no Senado Federal

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Bets (Bruno Peres/Agência Brasil/Reprodução)

A “CPI das Bets”, cuja relatora é a senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (Podemos), deverá ouvir o cantor sertanejo Gusttavo Lima e outros importantes nomes ligados a apostas esportivas. O cantor sertanejo, inclusive, deverá sofrer quebra de sigilo financeiro. A convocação foi aprovada nesta terça-feira (26), no Senado Federal.

De acordo com Thronicke, o objetivo é “esclarecer o envolvimento do cantor com empresas de apostas virtuais”, disse. No caso de convocação para depoimento, o comparecimento é obrigatório, sob pena de condução coercitiva. A quebra de sigilo se dará com o recebimento de dois relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), um referente ao próprio Gusttavo Lima e outro sobre sua empresa Balada Eventos e Produções Ltda. Os documentos poderão conter informações fiscais e bancárias protegidas por sigilo.

Além de Gusttavo Lima, também foi convocado para depoimento o empresário Ernildo Júnior Farias, CEO da Pixbet. Os senadores também aprovaram 21 convites para depoimentos à CPI, incluindo um para o youtuber Felipe Neto. Os demais convites são para donos de empresas de apostas, autoridades públicas e pesquisadores. No caso do convite, o comparecimento é facultativo.

No total foram 27 requerimentos aprovados, sendo 23 da relatora Soraya Thronicke e quatro do presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR).

Entenda o envolvimento de Gusttavo Lima

Soraya explicou que a convocação tem o objetivo de esclarecer o seu nível de envolvimento com o mercado de apostas virtuais, “incluindo possíveis recebimentos irregulares ou participação em ações antiéticas ou ilegais”. 

O sertanejo Gusttavo Lima chegou a ter pedido de prisão feito pela Justiça de Pernambuco no âmbito da Operação Integration, que investiga esquemas de lavagem de dinheiro através de empresas de apostas virtuais. O Ministério Público do estado pediu o arquivamento do caso. “Como uma figura pública influente, sua atuação pode ajudar a compreender o impacto de celebridades na promoção de apostas online, especialmente entre consumidores mais vulneráveis”, justificou.

A CPI também pediu informações sobre contratos e movimentações financeiras de duas empresas do cantor: a Balada Eventos e Produções e a GSA Empreendimentos e Participações Ltda.

Como o youtuber Felipe Neto está envolvido?

O convite a Felipe Neto partiu do presidente da CPI, senador Dr. Hiran. Ele afirmou que quer colher informações sobre como funciona a contratação de influenciadores pelas empresas de apostas virtuais e quais são as recompensas e valores que eles recebem. Felipe Neto participou de campanhas para a casa de apostas Blaze e já afirmou publicamente que se arrepende da decisão. Dr. Hiran quer saber também quais motivos levaram o youtuber a deixar de promover jogos de azar virtuais.

“O depoimento deve prestar informações importantes sobre a promoção de apostas online e suas consequências. Sua experiência pode fornecer elementos significativos para a elaboração de políticas públicas eficazes para combater este mal que está assolando as famílias brasileiras”, enfatizou.

Os outros 20 convites são para especialistas, pesquisadores, autoridades públicas e representantes das empresas de aposta debaterem e prestar informações ao colegiado. 

Serão convidados os representantes das empresas UpBet, Multibet e Pixbet, além da empresa de pagamentos Pix2Pay e A CPI busca esclarecer indícios de que a falta de controle rigoroso sobre operações de apostas possa estar facilitando esquemas de lavagem de dinheiro.

Também serão convidadas autoridades públicas representantes dos seguintes órgãos:

  • Conselho de Controle de Atividades Financeiras;
  • Agência Nacional de Telecomunicações;
  • Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda;
  • Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública;
  • Defensoria Pública do estado do Rio de Janeiro;
  • Polícia Civil dos estados de Pernambuco e de Alagoas.

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