Ministra convida MS para marcha nacional de enfrentamento à misoginia: “1° convidado”
Ministra Cida Gonçalves participou de audiência pública para discutir violência contra mulher e feminicídio em Mato Grosso do Sul
Gabriel Neves, Dândara Genelhú –
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Durante audiência pública na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, convidou Mato Grosso do Sul para marcha nacional de enfrentamento a misoginia. O estado é o primeiro convidado para o evento.
O convite ocorreu durante visita da ministra em Campo Grande, onde cumpre extensa agenda nesta quinta-feira (30) e sexta (31).
“Vamos convocar uma marcha nacional para enfrentar a misoginia. A luta contra misoginia não precisa ser só das mulheres, precisa ser de todos”, disse Cida após o convite.
Durante sua fala, a ministra afirmou que perfis online se tornaram propagadores do machismo e ódio contra as mulheres, aumento o número de feminicídios em todo o país.
“São 30 milhões de brasileiros que seguem esse movimento. Eles assustam e vão [atacam] nas influencers, nas jornalistas”, disse sobre os casos recentes.
Ao fim de sua fala, reforçando o convite para a marcha nacional de enfrentamento a misoginia, a ministra afirmou que o país precisa de “mais mulheres prefeitas e mais vereadoras”.
Também presente na audiência, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), reforçou a importância de mulheres se posicionarem e buscarem maiores cargos e carreiras.
“Chegou o momento da nossa capital, do nosso país, de nós somarmos as nossas forças. Tivemos recentemente a nossa ministra Tereza Cristina, temos hoje a nossa ministra Simone Tebet e a ministra Cida Gonçalves. Estou falando de mulheres que se posicionaram”, comentou Adriane.
“Não estamos falando de política partidária, estamos falando de mulheres que se posicionaram”, finalizou.
O presidente da Alems, deputado Gerson Claro (PP), disse estar orgulhoso de receber a ministra para a audiência pública e afirmou que a Alems irá lançar “campanha de mídia massiva em combate a violência contra mulheres em MS”.
O deputado federal, Geraldo Resende (PSDB), levantou a importância de se discutir políticas que combatam a violência contra mulheres indígenas e pediu que a nova Casa da Mulher Brasileira seja instalada em Dourados.
“Nós temos uma presença muito grande de violência contra a mulher indígena. Em Dourados temos uma das maiores aldeias” disse.
A subsecretária de políticas públicas para mulheres, Cristiane Sant’ Anna de Oliveira, afirmou que Mato Grosso do Sul possui 54 gestoras de organismos de políticas públicas para mulheres.
Representando mulheres indígenas, Jaque Kuña, usou a palavra para denunciar a falta de políticas públicas para proteger mulheres indígenas em todo o estado.
“As políticas públicas para mulheres indígenas sempre foram desafios para esse estado. Nossos corpos sempre foram silenciados, eu ainda não vi uma política pública de utilidade dentro das comunidades”, comentou.
A vereadora, Luiza Ribeiro (PT), esteve como representante da Comissão Permanente de Políticas e Direitos das Mulheres, de Cidadania e Direitos Humanos da Câmara de Campo Grande.
A deputada federal, Camila Jara (PT), também esteve presente representando.
MS deve receber nova Casa da Mulher, promete ministra
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, revelou que uma nova Casa da Mulher Brasileira deve ser implementada em Mato Grosso do Sul. A ideia da pasta é construir 40 novas casas em todo o país.
Cida Gonçalves informou que ainda não há definição concreta sobre o projeto, apesar de ser um interesse do Governo Federal. Entretanto, a ministra adiantou que o assunto já está sendo discutido.
“A gente tem interesse e a gente não conversou com nenhum prefeito e nenhum governador. Nós estamos trabalhando com essa hipótese. A questão da Casa da Mulher Brasileira não é apenas do ministério, tem que ser conversada com o estado e município”, disse.
Ao revelar o interesse da pasta em implementar uma nova Casa da Mulher em Mato Grosso do Sul, Cida ressaltou que o Estado é o segundo com maior número de feminicídios do país e, por isso, possui prioridade nas ações.
“Nós temos um protocolo aqui e é tipificado o crime de feminicídio, se nós temos um estado que tipifica, ele vai estar sempre a frente. Eu gostaria que os outros estados brasileiros também tipificassem”, comentou.
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